Agricultura urbana no município de Ananindeua (PA): análise socioeconômica e ambiental das práticas adotadas no bairro do Curuçambá.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: FRÓES JÚNIOR, Paulo Silvano Magno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA/Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/957
Resumo: A pesquisa analisa aspectos socioeconômicos, competências empreendedoras, níveis tecnológicos dos sistemas de produção, ambiental e estratégias de comercialização empregadas no contexto dos agricultores urbanos do bairro do Curuçambá (município de Ananindeua, estado do Pará). Ademais, por se tratar de um estudo que envolve a esfera urbana e a agricultura, contemplou-se examinar fatores agravantes gerados pelo processo de urbanização nas cidades amazônicas (com realce para a criminalidade), que afetam e limitam o panorama de produção, comércio e empreendedorismo da Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) na localidade. Por meio do levantamento de campo, documentos oficiais e o geoprocessamento de imagens do Google Satellite, estimou-se o número de empreendimentos de Agricultura Urbana na área de estudo, identificando um contingente de 120 unidades produtivas. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário semiestruturado aplicado na forma de entrevistas junto aos atores participantes do estudo, no período de julho a setembro de 2019. A amostra foi composta por 63 agricultores urbanos, sendo que 23 eram membros da Cooperativa dos Produtores da Gleba Guajará (COPG) e 40 produtores não cooperados, contabilizando uma amostragem de 52,50% do universo. Os resultados demonstraram que a formação da agricultura urbana no bairro é decorrente do processo de urbanização da Amazônia, estimulada pelas políticas de ocupação da região promovidas pelo governo militar, durante a década de 1970, com base na migração. Nessa comunidade, 63,5% dos entrevistados tem baixo grau de escolaridade (no máximo até o ensino fundamental completo), com renda familiar média mensal de 1 a 2 salários mínimos (R$ 954,00 a R$ 1.908,00) para 50,79% da amostra, sendo que 88,89% tem na agricultura sua ocupação principal. A agricultura no bairro, geralmente, faz uso de defensivos agrícolas e tecnologias rudimentares para reposição de nutrientes ao solo. Entretanto, observam-se movimentações nos negócios agrícolas para utilização de tecnologias mais aprimoradas como o cultivo protegido em túneis, suspensos e casas de vegetação, além da implementação de sistemas que se abstém do uso do solo como a aquaponia e a hidroponia. Os principais itens produzidos são hortifrutigranjeiros, os quais são comercializados, principalmente, com atravessadores e comerciantes, sendo em muitos casos vendidos para feiras da Região Metropolitana de Belém (RMB), como PAAR, Cidade Nova 4, Entroncamento e Ver-o-Peso. A produção, em algumas situações, também é destinada a mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além das redes de supermercados. A respeito das habilidades empreendedoras e administrativas, constatou-se que a contabilidade do negócio agrícola é um fator extremamente frágil e que enseja aprimoramento, sendo uma condição limitante para a evolução positiva do empreendimento. No que se refere aos problemas gerados pela urbanização desordenada, a criminalidade tem seu efeito, principalmente, na comercialização da produção e nos investimentos em tecnologias e equipamentos necessários para o aumento da produtividade.