A ecologia e pesca da população de mero Epinephelus itajara Lichtenstein, 1822, na plataforma continental amazônica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: COSTA, Iurick Saraiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFRA - Campus Belém
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/2315
Resumo: A espécie Epinephelus itajara é uma garoupa de grande porte pertencente à família Serranidae e habita as águas tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico. Os peixes da família Serranidae são caracterizados por terem corpos robustos, grandes bocas e serem frequentemente encontrados em ambientes coralinos ou rochosos. A espécie é um recurso muito apreciado no mundo todo e, por isso, vem sofrendo com a pesca excessiva e a destruição de seus habitats. Na plataforma continental amazônica, há uma carência de estudos ecológicos e sobre a dinâmica pesqueira da espécie. O presente trabalho tem como objetivo analisar a pesca incidida sobre o mero na plataforma continental amazônica e como ela é afetada pela variabilidade de variáveis meteooceanográfica. Para tal propósito, foram analisados os dados de desembarques pesqueiros do programa ESTATPESCA, onde foram registrados 2474 desembarques entre 1997 e 2007, em localidades de 13 municípios do estado do Pará. Os resultados obtidos demonstram a existência de seis tipos de embarcações e 22 apetrechos de pesca ativos, sendo que 50% das embarcações eram de pequeno porte, utilizando principalmente espinhel de fundo e redes de emalhar. Com uma pesca diversificada, adaptou-se índices de diversidade como Shannon, Pielou e Simpson. Outra metodologia aplicada foi a criação de um ranking de importância pesqueira, para definição de quais embarcações e apetrechos são mais importantes para a captura da espécie. A partir deste ranking, determinou-se as cinco combinações entre embarcações e apetrechos que seriam analisadas intrinsecamente. Dentre os municípios de desembarque, destaca-se Belém como o que mais receberia desembarques de mero, contudo, em quantidade (kg) inferior a Bragança. Um índice de abundância relativa (Cpue) foi estimado para a espécie a partir da razão entre a captura e as medidas de esforço disponíveis (dias de mar, comprimento ou quantidade do apetrecho e número de pescadores). Calculou-se a Cpue para a pesca com espinhel e redes de emalhar, constatando-se que a Cpue da espécie com espinhel possuía tendência de crescimento até o ano de proibição da captura da espécie, enquanto as redes de emalhar tendenciavam ao decrescimento. As séries temporais de desembarque possuíam algumas falhas de continuidade, por ausência dos registros de desembarque em alguns meses. Desta forma, o estudo utilizou uma metodologia baseada em análise de PCNM (Principal Coordinates of Neighbour Matrices), que estimou os dados ausentes das séries de Cpue. Concluiu-se que a captura do mero é multiespecífica, e ao menos cinco combinações entre apetrecho e embarcação desembarcam de forma significativa. Os desembarques de 2 embarcações que capturavam utilizando espinhel são maiores do que as que utilizam redes de emalhar, e sua Cpue para o espinhel não apresentava decrescimento até o ano de 2003. A relação entre as variáveis ambientais e o índice de abundância relativa apresentou forte correlação para salinidade e temperatura da superfície do mar na área costeira dos estados do Pará e Maranhão e na área de retroflexão da corrente norte do Brasil. Essas variáveis influenciam principalmente as fases mais jovens da espécie e devem determinar o processo de dispersão larval da espécie.