A facilitação durante a expansão florestal sobre campos no Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Vinicius Marcilio da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/29848
Resumo: Resumo: Nos Campos Gerais do Paraná, encontram-se extensas regiões de mosaico entre campo e floresta. Nessa região há o encontro do limite Sul do Cerrado e do limite Norte dos Campos Sulinos, além da Floresta com Araucária e a Floresta Estacional Semidecidual, gerando mosaicos de distintas fisionomias vegetais. Análises palinológicas e modelos de predição de vegetação em grande escala indicam uma tendência das florestas expandirem sobre os campos nessa região. Tal expansão pode se dar pelas bordas florestais ou pela colonização de espécies florestais sobre a matriz campestre. Nesta ocupação dos campos, as espécies florestais sofrem grande estresse, o qual pode ser atenuado pelo sombreamento promovido por plantas isoladas - nurse plants - num processo chamado facilitação. No presente estudo avaliamos a facilitação por espécies lenhosas na expansão florestal sobre campos, em uma região de ecótono entre Campo Sulino, associado à Floresta com Araucária e Cerrado, no Sul do Brasil. Comparamos o processo em dois parques estaduais que diferem no contexto fitogeográfico: Parque Estadual Guartelá (PEG), com maior influência de flora do Cerrado e Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) com menor influência desta formação. Para avaliar o processo de facilitação na expansão das florestas sobre os campos, percorremos os dois parques e, em locais de ocorrência de campos associados a capões de florestas, estabelecemos transecções de 80m (quatro em cada parque), aproximadamente paralelas à borda dos capões e avaliamos a expansão da floresta sobre o campo a partir de plantas facilitadoras e em manchas florestais. Houve uma menor porcentagem de cobertura de espécies campestres sob a copa dos indivíduos facilitadores, em comparação às áreas de campo associadas. Além disso, esses indivíduos apresentaram maiores abundância e riqueza de plantas lenhosas recrutadas sob suas copas, comparado com os campos. Encontramos 35 espécies lenhosas facilitadoras, sendo cinco dessas comuns aos dois parques, 15 exclusivas do PEG e 15 exclusivas no PEVV. Nas manchas florestais encontramos sete espécies de plantas nucleadoras no PEG e 13 no PEVV, sendo duas comuns aos dois. Os dois parques também diferiram na porcentagem de grupos de ocorrência de espécies; grupos típicos de Cerrado foram mais abundantes no PEG enquanto grupos florestais foram mais abundantes no PEVV. Evidenciamos, para os dois parques, o papel da facilitação na expansão florestal e concluímos que áreas com influências de floras distintas apresentam diferenças nos potenciais de facilitação e na estruturação inicial dos núcleos florestais. Desta forma, a expansão florestal sobre os campos no Sul do Brasil através da facilitação é um processo dependente da influência do pool de espécies de cada região.