Efeito do alumínio em duas espécies arbóreas da planície litorânea da Ilha do Mel, PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Britez, Ricardo Miranda de
Orientador(a): Reissmann, Carlos Bruno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/25434
Resumo: Foram realizados experimentos, visando testar duas espécies arbóreas nativas de uma floresta da planície litorânea da Ilha do Mel, uma acumuladora de AI (Faramea marginata) e outra não acumuladora (Tapirira guianensis), frente a DOSES crescentes de AI. O primeiro experimento foi um bioensaio no interior da floresta, com a duração de 2 anos (O, 25, 50, 100, 150 mg de Al/kg de solo). O segundo, durante o mesmo período e tipo de solo, foi implementado em rizotrom (O, 100, 200 mg de Al/kg de solo), e o terceiro, em solução nutritiva (O, 0,25, 0,5, 1,0, 2,0, 4,0 e 6,0 mmol L-1 de AI) com duração de 7 meses, ambos em casa de vegetação. No experimento com T. guianensis, a aplicação do AI no solo, proporcionou um aumento nos teores deste elemento no mesmo, e uma diminuição das bases trocáveis. A capacidade de troca catiônica (CTC) foi relacionada à matéria orgânica do solo, onde neste caso encontram-se os principais sítios de troca. No solo da floresta, ocorreram modificações nas características químicas da rizosfera, com aumento nos teores de AI, K, C e P e consequentemente na CTC. Na casa de vegetação, estas diferenças não ocorreram, havendo uma maior substituição das bases trocáveis pelo AI. Na floresta, houve uma diminuição significativa no peso das folhas e um aumento no peso das raízes, correlacionadas principalmente com algumas variáveis químicas do solo, principalmente do solo rizosférico. Em relação a aspectos nutricionais, houve aumento nos teores de N, K, Fe e AI e diminuição de Ca, Mg e Mn. Onde foram aplicadas as maiores doses de AI aumentou a colonização das raízes por micorrizas. No rizotrom, houve uma tendência de diminuição nos parâmetros biométricos da planta, principalmente na raiz. Os teores de nutrientes diminuíram em todos os componentes da planta, com exceção do AI, que aumentou. No experimento realizado em hidroponia, houve aumento no desenvolvimento das plantas, e diminuição nos teores de nutrientes, devido ao efeito de diluição. Em termos de quantidades absorvidas, houve aumento de todos os nutrientes, com exceção do P. Cerca 70% do AI contido na solução nutritiva quelou-se a substâncias orgânicas. Houve um grande acúmulo de AI na raiz, cerca de 50 vezes maior que a testemunha, localizado somente na região da epiderme. É sugerido que a tolerância de T. guianensis ao AI em seu ambiente natural, está relacionada à exclusão deste elemento na raiz, através de modificações bioquímicas e microbiológicas na rizosfera. Os experimentos com F. marginata, demonstraram uma grande fragilidade desta espécie quando cultivada fora de seu ambiente natural, apresentando uma grande mortalidade de indivíduos. No campo ocorreram problemas com herbivoria. A germinação das sementes apresentou índices satisfatórios, não tendo sido influenciada por teores crescentes de AI. Nas observações anatômicas das folhas de plantas sadias foi observado um acúmulo maior de AI na região do apoplasto, principalmente onde os espaços intercelulares eram maiores, não adentrando para o interior da célula. Em hidroponia, as plantas não apresentaram um bom desenvolvimento. O AI não mais acumulou-se no apoplasto e sim nos vacúolos, ou mesmo incorporando-se a todo o interior da célula. Quando comparados os teores nas folhas de F. marginata coletadas em diferentes ambientes, observou-se relações entre os teores de AI e os de Mg e Si. A maior relação ocorreu entre AI e Si, mantendo uma relação de 2: 1, nos teores destes elementos. Os resultados apresentados sugerem que nas folhas de F. marginata, um dos principais mecanismos de desintoxicação do AI, seja a co-deposição de AI e Si na região do apoplasto