Avaliação da sensibilização alérgica à mariposa do bicho-da-seda (Bombyx mori) por anticorpos IgE em pacientes com alergia respiratória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Araujo, Laura Maria Lacerda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/31332
Resumo: Resumo: A importância dos insetos como agentes sensibilizantes nas doenças alérgicas respiratórias é discutida há décadas. O alérgeno da mariposa do bicho-da-seda (Bombyx mori) é capaz de desencadear sintomas de asma e rinite alérgica, não somente por exposição ocupacional (sericicultura), mas também ambiental. No Japão foi detectada alta frequência de positividade ao extrato alergênico de Bombyx mori por meio de testes cutâneos e IgE específica sérica em pacientes com asma e rinoconjuntivite. No Brasil, há pouca informação sobre sensibilização à mariposa. Os objetivos deste estudo foram preparar extrato antigênico da mariposa do bicho-daseda (Bombyx mori) e com ele realizar testes cutâneos alérgicos por puntura em pacientes com diagnóstico de asma e/ou rinite alérgica na cidade de Curitiba, determinar os níveis séricos de IgE específica à Bombyx mori e a outros seis aeroalérgenos pelo método ImmunoCAP® na mesma população e relacionar as frequências de positividade entre os dois métodos e com dados clínicos. Foram selecionados 99 crianças e adolescentes com diagnóstico de asma e/ou rinite alérgica do Ambulatório de Alergia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, que apresentavam reatividade cutânea a pelo menos um de seis aeroalérgenos comuns (Dermatophagoides pteronyssinus, Blomia tropicalis, Blattella germanica, Lolium multiflorum, epitélio de cão e de gato). Foram avaliados dados clínicos e epidemiológicos destes pacientes, realizado teste cutâneo alérgico por puntura com extrato previamente preparado de Bombyx mori (concentração peso/volume 1:20) e realizada coleta de sangue para análise de IgE total e específicas (Bombyx mori, Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae, Blomia tropicalis, Blattella germanica, epitélio de cão e de gato) por ImmunoCAP®. Metade dos pacientes (52,5%) apresentaram positividade ao teste cutâneo alérgico para Bombyx mori e 60% tiveram IgE específica sérica positiva para Bombyx mori. Sendo o segundo em frequência após os ácaros da poeira (Blomia tropicalis 88,9%, Dermatophagoides pteronyssinus 86,7%, Dermatophagoides farinae 85,8%) e seguido de: Blattella germanica 47,5%, epitélio de cão 22,2% e de gato 16,2%. Houve relação entre a positividade do teste cutâneo para Bombyx mori e as respectivas dosagens de IgE específica sérica. Observou-se associação entre a positividade ao teste cutâneo para Bombyx mori e a presença de rinite alérgica, dermatite atópica e urticária, mas o mesmo não ocorreu para asma e conjuntivite alérgica. Não houve relação com a gravidade dos sintomas de asma ou rinite. Os pacientes sensíveis à Bombyx mori (por TCA) apresentaram mais positividade e maiores níveis de IgE específica para Blattella germanica. Este é o primeiro estudo sobre sensibilização à mariposa do bicho-da-seda realizado no Brasil. Encontrou-se alta frequência de sensibilização à Bombyx mori em pacientes com doenças alérgicas respiratórias em população selecionada na cidade de Curitiba; foi demonstrado que o extrato preparado a partir das asas desta espécie de mariposa é efetivo em demonstrar esta sensibilização.