Emissão de metano pela decomposição de resíduos florestais em ambiente inundado e sua relação com qualidade da água

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Zanoni, Maria Marta Vaz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/34582
Resumo: Resumo: Estudos mostram que a construção de reservatórios de usinas hidrelétricas pode aumentar o fluxo de Gases do Efeito Estufa (GEE) à atmosfera, principalmente de metano (CH4). A decomposição anaeróbica dos resíduos florestais (folhas, galhos, cascas e miscelânea) inundados contribui para as emissões desse gás. Este trabalho teve como objetivo avaliar a emissão de CH4 a partir do alagamento do solo coberto com resíduos de uma floresta secundária da região central do Paraná. Para isso, foram construídas unidades experimentais com tubos de PVC de 3 m de comprimento, com 10 cm de solo coberto com resíduos florestais em diferentes combinações de dose, em massa seca: 0 Mg ha-1 (testemunha); 21,2 Mg ha-1; 42,3 Mg ha-1 e 64,1 Mg ha-1, e tipo de resíduo: a - original; b - galhos entre 2 e 8 cm de diâmetro e c - galhos menores que 2 mm e folhas. As unidades experimentais foram preenchidas com água até 2,8 m de altura, que foi coletada no rio Iraí (Pinhais-PR) e foram alocadas em um galpão no campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) com arranjo fatorial e três repetições. A água, os resíduos e o solo foram caracterizados quimicamente no início do experimento. As taxas de emissão de CH4 foram monitoradas em 19 eventos durante o período de um ano, no qual foram realizadas análises qualitativas da água em cinco delas. A relação entre emissão de CH4 e variáveis de água foi obtida por correlação de Pearson. As taxas médias de emissão de metano ao longo do experimento concentraram-se entre 0,391 mg C m-2 h-1 e 41,8 mg C m-2 h-1. Após a inundação houve um período de aproximadamente 75 dias para o início das emissões significativas, após o qual ocorreram dois picos de emissão, um aos 111 e outro aos 249 dias. As taxas médias de emissões tiveram correlação significativa com o N-NO2 -, N-NH4 +, N-NO3 -, N-total, OD, COD, CT dissolvido da água e com a temperatura local. Estima-se que houve um período de adaptação das bactérias do solo até o início da emissão líquida de CH4, seguida por picos de emissão que foram desencadeados por condições propicias para produção de CH4, estando relacionado à alta temperatura e às baixas concentrações de compostos oxigenados. As estimativas de emissão acumulada anual de CH4 variaram de 143 a 802 g C m-2, não havendo efeito do tipo de resíduo sobre essas, mas apenas da dose como um fator isolado, em função da qual se ajustou um modelo de função exponencial tendendo a um máximo (C = 200,1554 + 225,8913(1- 0,9017 dose). Foram calculados os fatores de emissão de CH4 para dose com bases na emissão acumulada anual: 21,87% (dose menor), 11,13% (intermediária) e 8,50% (maior). Assim, a partir desse estudo conclui-se que: as emissões de metano foram influenciadas pela presença de resíduos vegetais e que a quantidade é o fator determinante da magnitude das emissões, sem efeito da qualidade do resíduo florestal alagado.