Morango (Fragaria x ananassa), amora-preta (Rubus spp.) e mirtilo (Vaccinium ashei Reade): caracterização química, atividade antioxidante e ação sobre as enzimas digestivas alfa-glicosidase e alfa-amilase em dois ciclos produtivos das frutíferas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Camargo, Taiane Mota
Orientador(a): Nora, Leonardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4322
Resumo: Segundo a Organização Mundial da Saúde, a Diabetes mellitus é uma doença crônica não-transmissível, que no ano de 2014 já atingia 422 milhões de pessoas em todo o mundo, com tendência de crescimento. Dentre as estratégias de tratamento da doença está a utilização de inibidores de enzimas digestivas (alfa-glicosidase e alfa- amilase), responsáveis pelo metabolismo de carboidratos. Este estudo foi dividido em três capítulos, com dois artigos inseridos. O primeiro artigo é uma revisão bibliográfica que aborda a composição química e as atividades biológicas relatadas na literatura de morango, amora-preta e mirtilo. O segundo artigo aborda um experimento em dois ciclos produtivos (2016 e 2017), onde foram caracterizados dois genótipos de morango (Camarosa e acesso 2011-6011), dois genótipos de amora-preta (Tupy e Xingú) e um genótipo de mirtilo (O’Neal). As variáveis analisadas foram: acidez, pH, sólidos solúveis, umidade, cinzas, lipídios, fibras, compostos fenólicos, antocianinas, flavonoides, atividade antioxidante (DPPH, hidroxila e óxido nítrico), inibição de alfa- glicosidase e inibição de alfa-amilase. Dentre os resultados destacam-se: (1) a concentração de compostos fenólicos totais foi maior nas frutas do ciclo produtivo de 2016, à exceção da amora-preta do genótipo Xingú. (2) No ciclo produtivo de 2016 a concentração de antocianinas foi maior na amora-preta (Tupy e Xingú) e no mirtilo (O’Neal), entretanto, no ciclo produtivo de 2017, os dois genótipos de morango apresentaram maiores concentrações de antocianina. (3) Em todos os genótipos, à exceção do genótipo Tupy de amora-preta, a concentração de flavonoides foi mais elevada no ciclo produtivo de 2017. (4) Todos os genótipos atingiram IC25 para a enzima alfa-amilase e IC50 para a enzima alfa-glicosidase, com destaque para a amora preta do genótipo Tupy, do ciclo produtivo 2017, que resultou em inibição 7 vezes maior do que o controle positivo (acarbose) para a enzima alfa-amilase, e no menor IC50 para a alfa-glicosidase dentre os genótipos testados, sendo que o controle positivo quercetina (0,5 mg/mL a 500,0 mg/mL) não inibiu a alfa-glicosidase. À exceção do genótipo 2011-6011 de morango, todos os demais foram capazes de capturar 50 % dos radicais livres testados, ao contrário da acarbose, que não capturou nenhum dos radicais, e a quercetina que capturou apenas o DPPH. Em conclusão, os resultados demonstram que os genótipos testados de morango, amora-preta e mirtilo possuem potencial de uso no tratamento e prevenção da diabete, além de possuírem atividade antioxidante.