Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Scolari, Keli Cristina |
Orientador(a): |
Gonçalves, Margarete Regina Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8652
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Resumo: |
A cerâmica é o artefato de maior relação com o desenvolvimento estético e, também, o que mais vem resistindo às revoluções promovidas pela humanidade. Muitas dessas peças artísticas constituem-se em um legado histórico da produção cerâmica, tais como a azulejaria portuguesa que por sua qualidade é igualada a outras artes em voga na Europa, tais como a tapeçaria, ourivesaria e o mobiliário. No Brasil, no período colonial, a cerâmica foi instrumento de composição de projetos arquitetônicos e de estilos artísticos, tais como o barroco, o neoclássico e o eclético. A grande maioria dos azulejos e ornatos existentes nas fachadas dos prédios destes estilos vinha importada da Europa, especialmente, de Portugal e França. No século XX, a conscientização da importância de conservar a história das origens brasileiras fez surgir o interesse do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional e, também, de alguns grupos privados, tais como o Instituto Portucale de Cerâmica Luso-Brasileira, localizado no estado de São Paulo, pela leitura de cerâmicas artísticas portuguesas como instrumento da memória de nossa colonização. A cidade de Pelotas, uma das vinte e seis cidades que integram o Projeto Monumenta do Governo Federal, detentora de um dos maiores acervos edificados no estilo eclético do século XIX, com 4 edificações com tombamento em nível federal, 1 em nível estadual, 10 em nível municipal e mais de 1700 prédios inventariados, possui um acervo de decoração cerâmica de fachada de grande beleza e qualidade, em sua maioria, na forma de ornatos e esculturas, atualmente, sendo restaurado ou em processo de preservação. Esta condição levou ao desenvolvimento do presente trabalho que buscou a identificação das peças cerâmicas existentes em edificações tombadas do patrimônio histórico da cidade de Pelotas, identificadas como cerâmica em faiança originária de Portugal. Além disto, com vistas à questão da conservação patrimonial, avaliou-se, nas peças cerâmicas em faiança encontradas, a sua condição de degradação. As edificações pesquisadas são os casarões de números 8, 6 e 2, localizados na Praça Coronel Pedro Osório, conhecidos como Casarão do Barão de Cacequi, Casarão do Barão de São Luís e Casarão do Barão de Butuí. Para o desenvolvimento do trabalho, inicialmente, pesquisou-se a origem das esculturas em faiança e a sua tecnologia de produção. Posteriormente, fez-se a identificação visual, documentada fotograficamente, o levantamento cadastral, a partir de fichas catalográficas, das peças cerâmicas existentes nos Casarões. Após, compararam-se os exemplares encontrados nos Casarões com peças existentes no catálogo da Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devezas, editado em 1910. Para a análise do estado de conservação das peças cerâmicas foram utilizadas as informações das fichas catalográficas. Complementando o trabalho, fez -se a determinação da composição química da pasta cerâmica e do vidrado de uma amostra coletada em um vaso Krater, existente no Casarão Barão de Cacequi (Casarão 8). As composições químicas da pasta cerâmica e do vidrado foram comparadas com análises químicas de peças cerâmicas efetuadas pelo químico francês Charles Lepierre, em 1912. Os levantamentos e estudos feitos possibilitaram a elaboração de uma proposta para futuras intervenções nas peças cerâmicas em faiança portuguesa existentes nos Casarões, a partir da sua reconstituiçã o ou substituição por peça original. |