Impacto da ivermectina sobre Eisenia foetida e atividade microbiana na vermicompostagem de esterco bovino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Tuerlinskx, Sandro Moreira
Orientador(a): Morselli, Tânia Beatriz Gamboa Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2999
Resumo: As fontes potenciais de poluentes provenientes de operações agroindustriais incluem resíduos animais, medicamentos veterinários, pesticidas e outros produtos químicos, como detergentes e desinfetantes. As avermectinas são amplamente usadas em medicina veterinária e na agricultura. Estes agentes são excretados, em certa quantidade, nas fezes de animais tratados e tem sido demonstrado que os membros do grupo das avermectinas podem ter efeitos nocivos sobre os organismos não-alvo que utilizam as fezes. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da ivermectina em minhocas Eisenia foetida, através da análise de sobrevivência, desenvolvimento, produção de casulos, atividades enzimáticas e comportamento durante a vermicompostagem de esterco bovino em condições de laboratório. Além disso, as alterações químicas e a atividade microbiana do vermicomposto também foram estudadas. As minhocas (n = 10 e com três repetições) foram expostas aos substratos teste contaminados com ivermectina a 0, 1, 5, 10, 50 e 100 mg kg-1. Diferenças significativas foram testadas utilizando-se a análise de variância (ANOVA), seguidas pelo teste de Duncan. Além disso, foram aplicados modelos de regressão para verificar um efeito dose-resposta. Não houve efeitos negativos da ivermectina sobre a mortalidade de minhocas. Da mesma forma, as características químicas e a atividade microbiana do vermicomposto não foram afetados. Os resultados mostram que o teste de fuga não foi suficiente para determinar a toxicidade da ivermectina para Eisenia foetida em esterco bovino. No entanto, uma resposta hormética foi registrada em relação ao crescimento e a atividade relativa das enzimas acetilcolinesterase, catalase e fosfatase alcalina em minhocas. Além disso, os resultados mostram valores diminuídos da atividade enzimática da glutationa-s-transferase e aumento dos níveis de hidroperóxidos, em resposta às concentrações mais elevadas de ivermectina ao fim de 7 dias de tratamento. Por outro lado, depois de 28 dias, a atividade da glutationa-s-transferase foi significativamente aumentada (p <0,01) nas exposições a 50mg kg-1 e 100 mg kg-1. Portanto, pode-se concluir que a exposição aguda à elevadas concentrações de ivermectina ocasiona dano celular em minhocas. Adicionalmente, a presença da hormese induzida pela ivermectina em Eisenia foetida pode estar relacionada a ativação de vias de adaptação.