Própolis: fitoquímicos e atividade antioxidante, antibacteriana e citotóxica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Jansen, Cristina
Orientador(a): Zambiazi, Rui Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Faculdade de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3881
Resumo: A colmeia constitui-se em uma fonte de geração de produtos de alto valor nutritivo e com grandes potencialidades farmacológicas. A própolis é um dos produtos obtidos da colmeia, que é produzida pelas abelhas através da coleta de resinas e gomas de árvores, de plantas e de flores, materiais que são parcialmente digeridos e acrescentados de cera e pólen. As propriedades biológicas da própolis são atribuídas principalmente ao conteúdo de fitoquímicos. Dentre estes compostos, os que estão presentes em maior proporção são os compostos fenólicos, majoritariamente os da classe dos flavonoides. Porém, vários são os fatores que interferem na composição química da própolis, o que acaba refletindo no conteúdo e proporção dos diferentes fitoquímicos, e, portanto, em suas propriedades. O Brasil, sendo um país com grande diversidade de vegetação, favorece ampla variação na composição da própolis, contribuindo para dificultar a padronização deste produto no país. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição de fitoquímicos em amostras de própolis oriundas do Sul do Rio Grande do Sul, afim de testar suas propriedades biológicas. Parte das amostras de própolis foram analisadas quanto aos principais parâmetros físico-químicos, e de outra parte foram preparados extratos hidroalcoólicos concentrados. Os extratos foram submetidos à determinação química de compostos fenólicos, flavonoides e carotenoides, e da análise de espectroscopia Ultravioleta-Visível. Também foram avaliados quanto à capacidade antioxidante, através dos métodos de DPPH, ABTS e FRAP; quanto à atividade antibacteriana frente a cepas de bactérias patogênicas (Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Listeria monocytogenes); e quanto ao efeito citotóxico, o qual foi realizado através do método de redução do MTT em células da linhagem melanoma B16F10. Dentre os parâmetros físico-químicos, apenas uma amostra apresentou conteúdo de umidade acima do permitido pela legislação brasileira. A cor foi definida como amarela para as amostras oriundas de Rio Grande e de Canguçu, e castanho claro para as amostras oriundas de Pelotas e de Pedro Osório. Todas as amostras apresentaram alto teor dos fitoquímicos analisados (compostos fenólicos, flavonoides e carotenoides); porém, houve variação significativa no conteúdo destes compostos entre as diferentes amostras. Pelo espectro UV observou-se absorção máxima entre 290 e 400 nm, região característica da absorção dos flavonoides. As amostras de própolis de Pelotas e de Rio Grande apresentaram alta capacidade antioxidante determinada pelos métodos com o radical DPPH e FRAP, sendo comparáveis aos obtidos com o padrão quercetina. Constatou-se uma relação positiva entre as amostras com maior teor de fitoquímicos e a elevada ação antioxidante. Todas as amostras apresentaram atividade antibacteriana frente às cepas testadas; porém, os resultados foram superiores na inibição das bactérias Gram-positivas (S. aureus e L. monocytogenes) do que para a bactéria Gram-negativa (E. coli O157:H7), sendo que as amostras de Pelotas e Rio Grande tiveram alta ação bactericida. Todas as amostras de própolis analisadas demonstraram ação citotóxica em 48h no combate às células de câncer de melanoma de camundongo, nas concentrações de 250 e 500 μg.mL-1. Após 72h a própolis causou citotoxicidade na concentração de 25 μg.mL-1. Amostras oriundas de Pelotas e de Rio Grande apresentaram resultados promissores no combate à linhagem testada.