Reforma do Ensino Médio: a Lei 13.415/2017 como outra racionalidade para a educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Patrícia de Faria
Orientador(a): Hypolito, Álvaro Luiz Moreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10179
Resumo: Esta pesquisa de doutorado, produzida na linha Currículo, Profissionalização e Trabalho Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas trata da reforma do Ensino Médio instituída pela Lei Nº 13.415/2017. Tal política altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em aspectos relacionados à organização curricular, as modalidades de oferta e o cumprimento da carga horária da última etapa da Educação Básica. A pesquisa teve como objetivo geral investigar os primeiros movimentos constitutivos da política do Novo Ensino Médio para compreender sua racionalidade discursiva, planejamento e consolidação em termos de práticas normativas. A justificativa parte da experiência docente em escolas de Ensino Médio que estão “recebendo” políticas e programas para melhorar seus indicadores de qualidade, e é essa a discussão que o referencial teórico apresenta: a reestruturação educacional de perspectiva neoliberal e gerencialista, a urgência das reformas e a atuação heterárquica das redes políticas na constituição das políticas educacionais. O percurso da pesquisa, de base teórica analítica no Ciclo de Políticas, foi impactado pela Pandemia Covid-19 e precisou de adequações para realizar a investigação no contexto da prática, as dificuldades impostas pelo isolamento social limitaram o campo empírico, permitindo apenas a participação, à distância, de uma escola-piloto e da equipe articuladora do Ensino Médio na 5ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio Grande do Sul. Análise dos documentos e das entrevistas, de inspiração Foucaultiana, buscou identificar, nos diferentes contextos, a governamentalidade, os enunciados e discursos que constituíram a racionalidade da política estudada. A tese defendida neste trabalho é de que a proposta do Novo Ensino Médio institui uma nova razão educativa fundamentada nos pilares do neoliberalismo é a materialização da racionalidade neoliberal na educação básica. Os primeiros movimentos constitutivos da política do Novo Ensino Médio foram planejados e normatizados segundo normas e modelos do setor empresarial e na prática estão se organizando nessa perspectiva, sob o efeito do contexto pandêmico.