Respostas fisiológicas e bioquímicas de plantas de quinoa cv. BRS PIABIRU cultivadas sob condições de salinidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ávila, Gabriele Espinel
Orientador(a): Deuner, Sidnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3587
Resumo: Classificada como halófita facultativa, a quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) é reconhecida por tolerar elevados níveis de salinidade. No Brasil, a cv. BRS Piabiru é a primeira recomendada para o cultivo granífero, constituindo alternativa para diversificação dos sistemas agrícolas. Contudo, estudos relativos à adaptação dessa cultivar no estado do Rio Grande do Sul, bem como às condições de salinidade ainda são necessários. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as respostas fisiológicas (pigmentos e trocas gasosas) e bioquímicas (atividade enzimática antioxidante, teores de peróxido de hidrogênio, peroxidação lipídica, prolina e potencial osmótico) de plantas de quinoa cv. BRS Piabiru cultivadas sob condições de salinidade. O experimento foi conduzido em casa de vegetação onde as sementes foram distribuídas em vasos plásticos, preenchidos com areia lavada. Após sete dias da germinação foi fornecida solução nutritiva, ministrada a cada quatro dias e, aos 30 dias, foi realizado o desbaste, mantendo-se quatro plantas por vaso. Neste período também foram aplicadas as soluções salinas, na forma de cloreto de sódio, nas concentrações de 100, 200, 300 e 400 mM, além do tratamento controle cuja as plantas foram cultivadas na ausência da salinidade. As soluções nutritiva e salina foram aplicadas intercaladamente, a cada dois dias, até o fim do experimento. Aos 30, 60 e 90 dias após indução dos tratamentos, as plantas foram avaliadas quanto a parâmetros fisiológicos e bioquímicos (análises não destrutivas e destrutivas, respectivamente). Os dados foram submetidos à análise de variância (p≤0,05), as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro e analisados por regressão polinomial. Houve redução no índice de clorofila e índice de balanço de nitrogênio e, a partir de 60 dias, incremento no índice de flavonoides. Neste período, a taxa de assimilação líquida de CO2 seguiu tendência quadrática de elevação até a concentração de 250 mM e as variáveis eficiência de uso da água e eficiência de carboxilação aumentaram linearmente com o incremento da salinidade. A atividade enzimática antioxidante, através das enzimas superóxido dismutase, catalase e ascorbato peroxidase, demonstrou que a salinidade promoveu adaptação e tentativa de neutralização das espécies reativas de oxigênio produzidas durante o estresse salino, tanto na parte aérea quanto em raízes. Houve aumento no potencial osmótico em ambos órgãos aos 90 dias após indução dos tratamentos, contudo, nas raízes a síntese de prolina não seguiu a mesma tendência. Apesar da redução nos índices de clorofila e de balanço de nitrogênio, há manutenção da taxa fotossintética, a qual, associada a capacidade antioxidante e ao ajuste osmótico até a concentração de 250 mM de NaCl, caracteriza a cv. BRS Piabiru com potencial de cultivo em solos sujeitos a salinização.