Educação formal/rural permeando as relações do campo: um estudo de caso na Escola Estadual de Tempo Integral Ensino Fundamental Cândida Silveira Haubman – Arroio Grande/RS

• Ano de defesa: 2008
• Autor(a) principal: Lucas, Rosa Elane Antória
• Orientador(a): Wizniewsky, José Geraldo
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
• Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Agronomia; Projeto político-pedagógico; Educação do campo; Formação continuada
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO::EDUCACAO RURAL
• Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4936

A presente tese investiga se a escola localizada numa área rural com estrutura administrativa e pedagógica voltada para a realidade do campo organiza seu processo educativo e problematiza o currículo tendo como olhar as Diretrizes Operacionais da Educação Básica para as Escolas do Campo/2002. Este estudo procura saber se essa instituição busca, através da sua normatização, resgatar a concepção da produção familiar e, conseqüentemente, a valorização e permanência do jovem no campo. Para compreender a apropriação e expropriação do trabalho da produção familiar pelo capital, apresentam-se idéias dos pensadores clássicos sobre o estudo do camponês no século XIX e a formação do capitalismo no campo brasileiro. É realizada uma síntese histórica da política educacional brasileira, a fim de traçar a trajetória da educação rural nas legislações constitucionais. Nesse contexto, referencia-se a articulação dos movimentos organizados por uma educação básica no e do campo, reacendendo as organizações populares que resultam no reconhecimento das especificidades do campo pelos artigos 208 e 210 da Constituição/1988. E esses artigos fornecem condições legais para a que a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, nº 9.394/96 proponha medidas de adequação do ensino à vida do campo. Visando desenvolver um trabalho comprometido com a pesquisa social, adotou-se uma metodologia participante baseada em um estudo de caso. Dessa forma, oportunizaram-se condições para apresentar os resultados e discussões, associando os dados obtidos com os pesquisados com o pensamento dos autores que realizam estudos na área da educação. Por conseguinte, a pesquisa demonstrou que a escola tem dupla missão. Primeiro, construir uma proposta pedagógica que venha ao encontro da luta empreendida pelos movimentos sociais do campo atendendo às Diretrizes Operacionais para Educação Básica do Campo/2002. Segundo, um estudo interdisciplinar para que os projetos – tempo integral e educação do campo – ao acontecerem não acentuem a divisão social do trabalho. As práticas realizadas pela escola aparentam um trabalho solidário e participativo, mas, na realidade, há uma sobreposição do Projeto de Escola de Tempo Integral, devido a este ser regulamentado pelo Estado do Rio Grande do Sul desde 2004. A política por uma educação no e do campo está em adaptação, porque não existe um projeto oficializado pelo Estado. Conclui-se, assim, que a escola não desenvolve uma prática diferenciada adequada às demandas advindas das questões sociais.