A pedagogia do fuxico: saberes e vivências de um Griô Aprendiz ao ritmo de Sirley Amaro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martins, Felipe da Silva
Orientador(a): Bussoletti, Denise Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9501
Resumo: Essa tese objetiva construir uma aproximação (articulação do passado) pela reflexividade na pesquisa de um Griô Aprendiz com os saberes, pela memória, da Mestra Griô Sirley Amaro, enfatizando a história do encontro entre Mestra Griô e Griô Aprendiz e o processo de transmissão e apreensão da Pedagogia do Fuxico. Sirley Amaro (1936- 2020) foi uma mulher negra, costureira de profissão, representante e defensora da memória e da história do povo negro na cidade de Pelotas e reconhecida por esta função local, regional e nacionalmente, principalmente através do título de Mestre Griô conferido pelo Programa Cultura Viva. Pelas imagens e pelo ritmo de Dona Sirley a narrativa é construída na direção de uma arquitetura textual, que expressa um método cujo choque vibratório é provocado pelo tensionamento entre a ancestralidade enquanto princípio epistemológico e a etnografia surrealista como técnica de escrita. As contribuições de Walter Benjamin se colocam como parte deste campo epistemológico, refletindo acerca da árdua tarefa de escovar a história a contrapelo, na busca das narrativas dos vencidos que seguem ressoando ainda hoje. Somando se ainda, as contribuições do pensamento afrocentrado que reconhece as práticas do sujeito negro enquanto parte de um sistema ontológico, onde as relações, seja com o outro, com a natureza ou consigo mesmo, são também forma legítimas de produção de conhecimento. O método se exprime através de diferentes materiais, linha, cor, tecido, volume e música. A tese que defendo é a de que através do ritmo da Mestra existe uma Pedagogia articulada por saberes e fazeres e que através da imagem alegórica do fuxico neste trabalho pode ser apreendida. Uma Pedagogia do Fuxico que é tecida através das tramas da ancestralidade, da oralidade e da musicalidade. Uma Pedagogia do Fuxico com alternativa ao empobrecimento da experiência, como vivência, como força, como ritmo, como música, contando e cantando histórias, cantando e contando a vida. Defendo que existe uma Pedagogia do Fuxico através da experiência deste Griô Aprendiz e pelas práticas da Mestra Sirley Amaro compreendendo além do que são feitas estas experiências, também, de quem são feitas as Vivências Griô, assim como também do que podem ser feitas as Pedagogias, e como a Ancestralidade, a Oralidade e Musicalidade são eixos organizadores destas práticas. Pela roda iniciamos esta tese, e em roda chegamos perto do que tem de ser seu fim. Encontrar na Ancestralidade, na Oralidade, na Musicalidade como tramas centrais que dizem de um ritmo próprio de uma Pedagogia do Fuxico é também reconhecer a circularidade como essa possibilidade de um por vir... e de outro... e de outro...