Ensaio clínico randomizado para avaliação do risco de cárie individual em escolares: protocolo do estudo e o impacto do exame radiográfico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Menegaz, Aryane Marques
Orientador(a): Azevedo, Marina Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10733
Resumo: A cárie dentária é uma doença de alta prevalência e gravidade em crianças brasileiras. A avaliação do risco de cárie é essencial para o correto manejo e prevenção da doença, bem como para estabelecer o tempo adequado para as consultas de retorno. A avaliação de risco deve ser prática, rápida, eficiente, fácil, de baixo custo e bem aceita. Existem basicamente duas formas de avaliar risco de cárie por meio da avaliação de fatores isolados ou por métodos multivariados, que combinam uma série de variáveis por meio de uma análise. As ferramentas existentes geralmente usam um grande número de variáveis. Em contrapartida, a experiência anterior de cárie (uma única variável) é o fator com maior força de associação com um risco aumentado de cárie dentária. No entanto, as evidências encontradas são fracas, e não há estudos que comparem a superioridade de um método sobre o outro. Isso seria idealmente respondido através de um estudo clínico randomizado comparando as duas estratégias. Sendo assim, foi desenvolvido o Artigo 1 dessa tese, um protocolo de ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado e de tratamento paralelo. Dois grupos testados para duas formas de avaliação do risco de cárie: um método multivariado e detalhado baseado nas diretrizes do Caries Care International 4D e outro processo simplificado, baseado apenas na experiência de cárie na dentição decídua ou permanente, considerando a presença de dentes cariados, perdidos e obturados usando o índice CPOD/ceod. Crianças de 8 a 11 anos foram acompanhadas durante 2 anos. O desfecho primário será um desfecho composto que representa o número de superfícies dentárias necessitando intervenção operatória. Além disso, objetivou-se avaliar, através de um estudo transversal, o impacto do exame radiográfico na classificação do risco de cárie dentária infantil em baixo e alto risco, comparando entre os dois métodos de avaliação de risco (Artigo 2). Um total de 107 crianças foram selecionadas e examinadas por avaliadores treinados e calibrados por meio de exame clínico e radiográfico. Inicialmente, as crianças foram classificadas em baixo e alto risco sem considerar a avaliação radiográfica, depois com a associação da avaliação radiográfica das superfícies proximais dos dentes posteriores. Foi realizada análise estatística descritiva e ambos os métodos, simplificado e multivariado, apresentaram resultados semelhantes. Observou-se baixa frequência de alteração para alto risco, inferior a 5%, quando se incluiu a análise radiográfica das superfícies proximais dos dentes posteriores. O impacto do exame radiográfico na classificação de risco para cárie dentária é baixo para essa população para ambos os métodos de avaliação de risco utilizados. Existe a necessidade da realização de estudos clínicos randomizados para avaliar o benefício do tratamento direcionado pela avaliação do risco de cárie, bem como a relação da indicação do método radiográfico como rotina na melhora e manutenção da saúde bucal das crianças. Este estudo contribui para a literatura visto que idealiza um estudo clínico randomizado para avaliar qual o melhor método para se realizar avaliação de risco de cárie.