Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Paulo Eduardo Ellert |
Orientador(a): |
Heiden, Gustavo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
|
Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4951
|
Resumo: |
A classificação de Butia é controversa e até mesmo trabalhos recentes de natureza taxonômica não são consensuais em relação ao número de espécies reconhecidas no gênero. Tampouco as relações filogenéticas dentre as espécies estão esclarecidas. Uma sinopse nomenclatural e taxonômica abrangente para Butia é necessária para ajudar a esclarecer a atual sistemática do gênero. Uma sinopse taxonômica de todos os nomes publicados dentro do gênero Butia é apresentada. Desde a primeira descrição das espécies que hoje compõem o gênero, 97 nomes foram publicados, divididos entre os gêneros Butia, Cocos e Syagrus. Subordinados a Butia, 58 nomes foram publicados (36 espécies, quatro subespécies e 20 variedades), dos quais 21 são atualmente reconhecidos como espécies aceitas (B. archeri, B. arenicola, B. campicola, B. capitata, B. catarinensis, B. eriospatha, B. exilata, B. exospadix, B. lallemantii, B. lepidotispatha, B. leptospatha, B. marmorii, B. matogrossensis, B. microspadix, B. odorata, B. paraguayensis, B. poni, B. pubispatha, B. purpurascens, B. witeckii e B. yatay). Além disso, dois híbridos naturais entre Butia e Syagrus são reconhecidos: × Butyagrus nabonnandii (B. odorata × Syagrus romanzoffiana) e × Butyagrus alegretensis (B. lallemantii × S. romanzoffiana). Do ponto de vista filogenético, há uma escassez de regiões de DNA úteis para a pesquisa em palmeiras. Alguns estudos filogenéticos recentes utilizam com eficiência regiões do DNA nuclear como ITS e WRKY e cloroplastidial como trnH-psbA. Apesar do já confirmado monofiletismo de Butia, as relações filogenéticas entre as espécies pertencentes a este gênero ainda não haviam sido elucidadas. No presente estudo, após extração do DNA, síntese, purificação e sequenciamento das regiões do DNA ITS, trnH-psbA e WRKY19, confirmou-se o monofiletismo do gênero como grupo-irmão de Jubaea. Apesar da utilização frequente de regiões cloroplastidiais na reconstrução de filogenias, no presente estudo a região trnH-psbA não apresentou resolução filogenética suficiente para reconstruir a história evolutiva de Butia de forma congruente quando comparado com os dados nucleares de ITS e WRKY19. De modo geral, a filogenia obtida apresentou uma forte estruturação geográfica, embora as espécies do Cerrado formem um grupo parafilético. Por outro lado, as espécies do Cone Sul da América do Sul formam um grupo monofilético do qual Butia lepidotispatha, uma espécie do cerrado, emerge como espécie-irmã do clado composto pelas espécies do Cone Sul, encontradas tanto nos Domínios da Mata Atlântica quanto do Pampa. Do ponto de vista morfológico, é possível observar que o hábito graminiforme evoluiu independentemente várias vezes no gênero Butia, evidenciando a convergência evolutiva dessa característica em linhagens não proximamente relacionadas. Quando os resultados são interpretados geograficamente, é possível observar que muitas das relações filogenéticas entre as espécies do gênero seguem um padrão consistente. Da mesma forma, é possível observar diversas características morfológicas compartilhadas ao analisar-se comparativamente a morfologia de espécies-irmãs. |