Atividade biológica de Eugenia uniflora L. (pitanga) e Psidium cattleianum S. (araçá) frente as bactérias Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Garcia, Marcelle Oliveira
Orientador(a): Hartwig, Daiane Drawanz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14192
Resumo: Pneumonia é uma infecção pulmonar que envolve caracteristicamente o espaço alveolar e pode ser ocasionada por Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii. Estas bactérias, na maioria das vezes, apresentam resistência aos antibióticos tornando-se um dos principais desafios para a saúde pública em todo o mundo. Devido a essa problemática é fundamental a busca por novos antibióticos eficazes contra estas bactérias. As plantas medicinais são boas alternativas, como as espécies da família Myrtaceae, Eugenia uniflora L. e Psidium cattleianum S. que apresentam diversas propriedades biológicas. O objetivo desse estudo foi extrair, caracterizar físico-quimicamente, avaliar a citotoxicidade em células de mamíferos e determinar a atividade antioxidante, antibacteriana e antibiofilme de óleos essenciais (OE) e extratos metanólicos (EM) de E. uniflora L. e P. cattleianum Sabine contra cepas padrão e isolados clínicos de K. pneumoniae e A. baumannii. Na análise química do OE de folhas de E. uniflora L. (OEE) e P. cattleianum S. (OEP) foram encontrados compostos terpenoides, sendo os constituintes majoritários o benzofurano (24,38%) para OEE e α-pineno (24,25%) para o OEP. Ambos os OE testados apresentaram baixo efeito antioxidante sobre o DPPH (2,2, difenil-2-picrilhidridrazil). Quanto às análises microbiológicas, o OE que apresentou melhor resultado foi o OEP contra A. baumannii, com concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) de 13,5 mg.mL-1. Enquanto para K. pneumoniae, o OE mais ativo foi o OEP, com uma CIM de 121,4 mg.mL-1, não apresentando efeito bactericida. Já quando analisada a composição química do EM de E. uniflora L. (EME) e P. cattleianum S. (PME) foi possível identificar ácidos fenólicos. O PME foi o que apresentou maior atividade antioxidante em todas as concentrações testadas (1 mg.mL-1; 0,5 mg.mL-1; 0,25 mg.mL-1 e 0,125 mg.mL-1). Na atividade antibacteriana o EME foi o mais ativo, pois apresentou os menores valores de CIM para a cepa padrão de A. baumannii (9,2 µg.mL-1), enquanto 50% dos isolados apresentaram a mesma concentração de CIM (9,2 µg.mL-1), sendo que destes 33% mostrou efeito bactericida. O PME apresentou uma porcentagem de inibição de biofilme de 88% e EME de 58,5% frente a cepa padrão, enquanto ambos os extratos apresentaram 88% de inibição de biofilme contra o isolado clínico avaliado. Em relação ao efeito destrutivo do biofilme pré-formado, o EME e PME não apresentaram percentual de inibição frente a cepa padrão de A. baumannii. Já frente ao isolado multirresistente, EME destruiu 34% do biofilme pré-formado e PME 42%. EME e PME levaram de 10 minutos até 6 horas, para matar a cepa padrão e isolado multirresistente de A. baumannii. Portanto, os resultados apresentados aqui são promissores e demonstram a atividade biológica de OE e EM E. uniflora L. e P. cattleianum Sabine para uso no desenvolvimento de novos antimicrobianos para o tratamento de doenças causadas por K. pneumoniae e A. baumannii.