Comportamento sedentário e padrões alimentares em adultos jovens: análises transversais e longitudinais na Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Della Vechia, Thais Gularte
Orientador(a): Silva, Bruna Gonçalves Cordeiro da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9675
Resumo: Nas últimas décadas, ocorreram mudanças nos hábitos alimentares da população, como a substituição de refeições compostas por alimentos in natura por industrializados. Além das mudanças nos padrões alimentares, ocorreu aumento no tempo despendido em comportamento sedentário (atividades que não aumentam o gasto energético acima do nível de repouso) entre jovens, principalmente em frente às telas. Acredita-se que haja associação entre comportamento sedentário e os padrões alimentares em jovens, sendo aqueles que passam maior tempo em comportamento sedentário mais prováveis a aderir padrões alimentares não saudáveis. Contudo, não existe consenso na literatura da área. Assim, estudar a relação entre o comportamento sedentário, utilizando diferentes tipos de medidas, e os padrões alimentares em adultos jovens para verificar se há associação específica com o tempo de tela ou com o tempo total em comportamento sedentário, independentemente do contexto em que ocorra, poderá acrescentar informações inéditas e relevante sobre o assunto. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o comportamento sedentário aos 18 e 22 anos, avaliado pelo tempo de tela e acelerômetro, e os padrões alimentares aos 22 anos nos participantes de uma coorte de nascimentos brasileira. Foram utilizados dados da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas/RS. Para avaliar o desfecho, foi aplicado um Questionário de Frequência Alimentar aos 22 anos e, a partir dele, foram avaliados os padrões alimentares utilizando análise de componentes principais. As variáveis de comportamento sedentário avaliadas aos 18 e 22 anos de idade foram: tempo no lazer de videogame, computador, televisão, tempo total de tela autorrelatados e tempo total em comportamento sedentário por acelerômetro. Além dessas, foram avaliadas variáveis de mudança dos 18 para os 22 anos de tempo total de tela e tempo total do comportamento sedentário. Foi realizada descrição da amostra e comparação das características das amostras analíticas com a amostra original da Coorte, utilizando teste qui-quadrado e teste t. As associações transversais e longitudinais entre exposições e desfechos foram analisadas por Regressão de Poisson com variância robusta, bruta e ajustada para possíveis fatores de confusão. Foram identificados três padrões alimentares aos 22 anos: Lanches e Doces; Frutas, Legumes e Verduras e Comum Brasileiro. O maior tempo despendido nos três tipos de telas avaliadas e o tempo total de tela foram associados a maior adesão ao padrão Lanches e Doces nas análises transversais e longitudinais. Nas análises com mudança de tempo de tela, os jovens que apresentaram tempo "sempre elevado" e "sempre moderado" tiveram maior probabilidade de aderir ao padrão de Lanches e Doces e aqueles que apresentaram tempo "sempre elevado" tiveram também menor probabilidade de adesão ao padrão de Fruta, Legumes e Verduras, comparados com aqueles que apresentaram tempo "sempre baixo". Não foram encontradas associações significativas quando o comportamento sedentário foi medido por acelerômetro nas análises ajustadas. Não houve associações consistentes com os demais padrões alimentares investigados. Concluiu-se que maior exposição às telas no final da adolescência e início da vida adulta foi associada a adesão a um padrão alimentar não saudável, Lanches e Doces, no início da vida adulta.