As aulas de oratória : um espaço de formação e de construção identitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lehmann, Bianca Alves
Orientador(a): Freitas, Letícia Fonseca Richthofen de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2843
Resumo: Esta dissertação analisa oratórias de acadêmicos do primeiro semestre do curso de Bacharelado em Letras, da Universidade Federal de Pelotas, a partir dos questionamentos: que posições de sujeito são ocupadas em sala de aula em um momento em que os alunos são convocados a falar? E, a partir das posições ocupadas, de que maneira os acadêmicos são subjetivados e constroem para si certos discursos de identidade? Além disso, este estudo tem como propósito entender as oratórias como uma atividade pedagógica que possibilita a ocupação de determinadas posições de sujeito – o processo de constituição identitária – e de compreender a sala de aula como um lugar privilegiado onde circulam discursos complexos e, assim, se constituem sujeitos sociais. Para fins de análise, o referencial teórico é respaldado pelos Estudos Culturais (EC) e pela Linguística Aplicada Transdisciplinar (LAT), especificamente no que tange às questões identitárias. Sob a ótica dos Estudos Culturais, é possível analisar as representações e as questões identitárias a partir dos discursos proferidos, uma vez que linguagem é entendida como constituidora de identidades. A Linguística Aplicada Transdisciplinar, por seu turno, vai ao encontro das questões identitárias, já que considera o sujeito social como sendo construído pelos sentidos produzidos a partir dos usos e das implicações sociais, políticas e econômicas. Os principais pressupostos teóricos, que entendem a linguagem como constituidora de significados, foram embasados em autores como Fabrício (2006), Hall (1997a), Moita-Lopes (2001, 2006a), dentre outros. Em relação a discussões que envolvem as questões de identidade e representação, foram utilizados autores como Hall (1997b, 2000, 2011), Silva (1995b, 2000a, 2000b), Woodward (2000), dentre outros. Dessa maneira, tendo como princípio, portanto, o fato de que a linguagem serve como um mecanismo que constitui e que exerce um papel privilegiado na construção e na circulação do significado, esta pesquisa objetiva entender a sala de aula como um espaço em que há, além do processo de ensino/aprendizagem, a produção de identidades. A partir da análise realizada, conclui-se que os alunos são subjetivados e constituem identidades, ocupando posições de sujeito em sala de aula. As posições, por exemplo, de sujeito preocupado com as questões que englobam respeito, dignidade e igualdade, bem como de um sujeito crítico, politizado e bem informado foram preenchidas não somente no momento da oratória, mas também no debate após cada apresentação, em que os alunos se posicionaram e se constituíram enquanto sujeitos sociais significando a si e ao mundo.