A Capitu de Dom Casmurro: relações dialógicas entre o romance de Machado de Assis e sua adaptação cinematográfica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Betemps, Danielle Rasmussen
Orientador(a): Fonseca, Cláudia Lorena Vouto da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4028
Resumo: O presente trabalho é o resultado da análise comparativista de relações dialógicas que perpassam o romance Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, e sua adaptação cinematográfica Capitu (1968), dirigida por Paulo Cezar Saraceni, considerando também o roteiro fílmico escrito por Lygia Fagundes Telles e Paulo Emilio Salles Gomes. Para tanto, as reflexões baseiam-se na pesquisa bibliográfica sobre a tríade conceitual: intertextualidade, intermidialidade e adaptação. Primeiramente, a noção de intertextualidade é discorrida a partir dos preceitos elencados por Tiphane Samoyault. Em seguida, o fenômeno da intermidialidade é elucidado por meio de postulados de Claus Clüver, Irina Rajewky e Lucia Santaella. A tríade encerra-se com a abordagem da prática da adaptação pelos vieses de estudos da tradução (Haroldo de Campos e Julio Plaza) e da reciclagem de narrativas (James Naremore), e igualmente com a exposição da teoria proposta por Linda Hutcheon, a qual configura o texto-guia da análise aqui proposta. Ademais, o potencial literário dos roteiros de cinema constitui outra questão trazida à luz neste estudo. Desse modo, são verificadas as especificidades de produção do filme Capitu, o qual resultou do trabalho adaptativo de uma escritora de literatura e um crítico de cinema, bem como de um cineasta vinculado ao movimento mais inovador da história do cinema brasileiro – a saber, o Cinema Novo –, mas que não foi feliz na confecção de uma adaptação transcriadora e bem-sucedida, aos moldes de Campos e Hutcheon, e falhou em seu projeto de mover o foco narrativo e, assim, recriar, em outra linguagem, o texto machadiano.