Resumo: |
A idade em que ocorre a puberdade em novilhas é considerada fator chave para a lucratividade e desempenho reprodutivo nos sistemas de cria. Os objetivos do estudo foram avaliar o efeito de uma ou duas administrações de progesterona injetável (P4i) sobre a taxa de prenhez após inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em novilhas Angus (14 a 18 meses de idade), e sobre a taxa de ovulação e concentração de progesterona (P4) sérica em novilhas da raça sintética Brangus (12 a 14 meses). No Experimento 1, foram utilizadas 380 novilhas Angus, com escore de condição corporal (ECC; escala 1-5) de 2 a 3, peso vivo (PV) médio de 243,3±0,88 kg e escore do trato reprodutivo (ETR; escala 1-5) entre 2 e 4 no D -48 (D0: início do protocolo de IATF). As fêmeas foram alocadas em três grupos: controle (n=152), que não recebeu P4i; 1P4i (n=136), que recebeu uma aplicação de P4i de 175 mg (D -24); e 2P4i (n=92) que recebeu duas aplicações de 175 mg de P4i (D -48 e D -24). As novilhas foram submetidos ao mesmo protocolo de IATF: D0: dispositivo de P4 (0,5 g) e 2 mg de benzoato de estradiol (BE); D8: 300 UI de gonadotrofina coriônica equina (eCG), 150 μg de cloprostenol (PGF) e 0,5 mg de cipionato de estradiol (CE); D10: 10,5 μg de análogo de GnRH (nas fêmeas com tinta no dia da IATF). O ganho médio diário (GMD) das novilhas entre D -48 e D0 foi de 0,9±0,04 kg (peso vivo no D0= 276,2±2,5 kg). Não houve efeito dos tratamentos sobre a taxa de prenhez após IATF [Controle=50,6% (77/152); 1P4i=44,8% (61/136); 2P4i=46,7% (43/92); P>0,05], nem interação dos tratamentos com ETR, ECC e PV, avaliados no D -48 (P>0,05). No Experimento 2, 51 novilhas Brangus (ECC 2,5-4), foram alocadas nos mesmos grupos descritos anteriormente, porém, sem a utilização de eCG e GnRH. O GMD das novilhas entre D -48 e D10 foi de 0,114±0,02 Kg. As novilhas apresentaram 302,1±4,1 kg de peso vivo no D10. A taxa de ovulação, determinada pela presença de corpo lúteo sete dias após a IATF, não diferiu entre os grupos [Controle=56,2% (9/16); 1 P4i=58,8% (10/17); 2 P4i=61,1% (11/18); P>0,05]. Não houve efeito dos tratamentos sobre as concentrações de P4 ao 7° e 14° dia pós IATF (Controle= 3,7±0,5 e 9,6±0,9; 1 P4i= 4,7±0,8 e 11,3±1,8 ng/mL; 2 P4i= 5,5±0,7 e 12,2±1,5; P>0,05), sendo observado efeito do dia (P≤0,05). Conclui-se que uma ou duas aplicações de P4i previamente ao protocolo de IATF não afetaram a taxa de prenhez aos 30 dias pós IATF em novilhas taurinas, o que pode ser explicado pela precocidade da raça e pelo GMD adequado. Em novilhas sintéticas, os tratamentos não afetaram a ovulação e função lútea, o que pode ser decorrente do baixo peso vivo e baixo GMD dos animais. Novos estudos são necessários para identificar as condições que possibilitam melhor resposta ao protocolo de indução de ciclicidade em novilhas de corte de raças taurinas ou sintéticas. |
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