Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Olanda, Rosemeri Berguenmaier de |
Orientador(a): |
Bezerra, Antônio Jorge Amaral |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
|
Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3038
|
Resumo: |
Muitas são as famílias agricultoras que tem permanecido na agricultura produzindo parte de suas alimentações, a qual se vincula a manutenção de sementes crioulas, como uma estratégia que possibilita certos níveis de autonomia, não unicamente econômica, mas também de tomadas de decisões, o que lhes confere segurança em permanecer enquanto família agricultora. O termo agricultores(as) guardiões(ãs) de sementes crioulas está assim denominada há poucos anos. Denominação esta que se gesta, no primeiro momento, em consequência da erosão e da contaminação genética de sementes crioulas e da perda ou apropriação indevida do conhecimento associado a elas. Com isso, a urgência de sua preservação e da construção da problemática sobre o tema, tomou corpo fundamentalmente pela a organização de quem as mantêm. A visão de ‘família guardiã’ que aqui quero situar, se propõe ampliar a percepção para uma organização funcional do grupo doméstico, em unidade de produção e consumo, assim como de sua prática trans-geracional de consistência auto-histórica do guardar sementes, determinante para a compreensão da reprodução de agriculturas com características tradicionais, onde se encontram as sementes crioulas em reprodução. Buscar uma abrangência inclusiva, que pode não ser percebida, por vezes, quando se recorre ao termo ‘agricultor guardião’, o que pode restringir um olhar as espécies cultivadas, mais identificadas ao gênero masculino, como o milho e o feijão e, a processos de seleção e conservação, numa visão tecnológica. Identificar interações sociais, culturais e econômico-produtivas, existentes entre as famílias guardiãs de sementes crioulas e as diferentes variedades que dispõem pertencentes a duas associações existentes no Rio Grande do Sul-RS, Brasil e o que podem representar para uma perspectiva de agricultura de base ecológica. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da investigação foi por uma inspiração etnográfica, e como ferramentas optou-se por: entrevistas abertas com apoio de roteiro de questões, observação participante e registro visual. O presente estudo trata das famílias guardiãs de sementes crioulas, pertencentes a duas Associações que objetivam manter, preservar e resgatar a agrobiodiversidade, nos municípios de Ibarama e Tenente Portela. Nesse sentido, as famílias guardiãs, dotados de uma rica diversidade cultural, manipulam de formas diferenciadas um número considerável de sementes crioulas, em constante mediação com o processo da agricultura convencional, o que vem possibilitando a manutenção de diferentes espécies e variedades. Com culturas diferentes, as formas de uso, manutenção e valorização também são diferentes. Portanto, se torna imprescindível a valorização desse saber, dessas expressões de vida, o reconhecimento de que dessas advém diferentes genótipos de ampla base genética aliados a sistemas específicos de produção, de estilos de vida próprios que se perfazem no decorrer dos anos/gerações. |