Silagem de colostro bovino: aspectos físico-químicos e microbiológicos em diferentes tempos fermentativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Kraus, Rosana Basso
Orientador(a): Lund, Rafael Guerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10844
Resumo: O colostro bovino apresenta em sua composição proteínas, lipídios, lactose, imunoglobulinas, fator de crescimento semelhante à insulina I, fator de crescimento transformante beta-2, hormônio do crescimento, leucócitos, entre outros, sendo esses essenciais aos animais recém-nascidos, principalmente nas primeiras horas de vida. Entretanto, durante a lactação o colostro tem sua composição reduzida e o volume produzido pelos animais é superior ao consumido pelos bezerros. A silagem de colostro bovino é uma alternativa para conservar através da fermentação anaeróbia e possui composição físico-química superior ao colostro e ao leite cru, permitindo o armazenamento por até dois anos. Entretanto há poucos estudos sobre a silagem de colostro bovino, proporcionando uma lacuna com relação à cinética de transformação da composição e microbiota ao longo do tempo de fermentação. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar as características físico-químicas e microbiológicas da silagem de colostro bovino em diferentes intervalos de fermentação. As amostras de colostro bovino (n=21) foram colocadas em garrafas plásticas de 500 mL, armazenadas e fermentadas por 61 a 437 dias. Os parâmetros físico-químicos avaliados na silagem foram acidez, proteína, sólidos totais e cinzas, utilizando os métodos do Instituto Adolfo Lutz (2008). A caracterização microbiológica seguiu a metodologia de Saalfeld et al. (2013) com adaptações, e a identificação dos microorganismos isolados foi realizada por meio da coloração de Gram e provas bioquímicas. A acidez, proteína e sólidos totais ao logo dos intervalos de fermentação (grupo 1: 61 a 154, grupo 2: 200 a 273 e grupo 3: 280 a 437 dias) não foram significativas. A concentração de cinzas teve redução significativa (P<0,05) nos grupos 1 e 3. Houve correlação positiva entre sólidos totais, concentração de proteínas e cinzas com os intervalos de fermentação. Os micro-organismos encontrados na silagem foram: Lactobacillus spp. (95,2%), Staphylococcus spp. (42,9%), Corynebacterium spp. (19,0%), Enterococcus spp. e Bacillus spp. (14,3%), Lactococcus spp. e não identificado (9,5%), Leuconostoc spp., Streptococcus spp., Actinomadura spp. e Escherichia spp. (4,8%). A composição da silagem de colostro foi superior ao colostro e ao leite conforme relatado em estudos disponíveis na literatura. Entretanto, a presença de micro-organismos patogênicos como Streptococcus spp., Staphylococcus spp. e Bacillus spp. na silagem é preocupante, levando em consideração a saúde dos animais que podem receber este alimento, sendo necessário buscar meios de controlar a contaminação do colostro e consequentemente da silagem.