Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lamaison, Caroline |
Orientador(a): |
Cademartori, Mariana Gonzalez |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Faculdade de Odontologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8566
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Resumo: |
A expectativa de vida vem aumentando há muitos anos. Globalmente, a expectativa de vida ao nascer aumentou de 48,1 anos em 1950 para 70,5 anos em 2017 para homens e de 52,9 anos em 1950 a 75,6 anos em 2017 para as mulheres. Conforme a expectativa de vida aumenta, aumenta também a prevalência de doenças crônicas na população e percebe-se o agrupamento de condições de saúde no indivíduo, denominada multimorbidade. Problemas de saúde bucal têm sido associados a um pior estado de saúde geral, visto que comprometem o envelhecimento saudável, afetam a qualidade devida e saúde, causam dor, são custosos ao sistema de saúde e podem resultar em má nutrição, piorando as condições crônicas em pacientes idosos. Dentre as morbidades mais prevalêntes em idosos, a depressão tem se configurado um importante problema. Segundo a OMS, a depressão e a ansiedade estão entre as doenças crônicas mais prevalentes no mundo. Em 2015, estas duas desordens mentais foram classificadas como a terceira e a nona principais causas globais de deficiências, respectivamente. Sendo assim, esta dissertação teve o objetivo de investigar a associação entre multimorbidades e desfechos em saúde bucal em uma coorte de idosos no sul do Brasil. A coorte de idosos inclui indivíduos não institucionalizados com idade igual ou superior a 60 anos, residentes na zona urbana do município de Pelotas/RS e contém três levantamentos epidemiológicos: o baseline em 2014, o follow-up de 2016 e o terceiro levamento em 2020. Dois artigos foram os produtos desta dissertação. O primeiro artigo investigou a associação entre multimorbidades e diferentes desfechos em saúde bucal. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares realizadas de janeiro a agosto de 2014. Foram avaliadas 30 multimorbidades com base no relato do entrevistado do diagnóstico médico da doença. As multimorbidades foram categorizadas em nenhuma ou uma morbidade; 2 a 4 morbidades; 5 a 7 morbidades e 8 ou mais morbidades. Os desfechos em saúde bucal avaliados foram presença de dentição funcional, perda dentária severa e edentulismo. As análises incluíram análise descritiva e análises bruta e ajustada da associação por meio de regressão de Poisson. Em relação a presença de multimorbidades, 33,8% dos idosos apresentou 8 ou mais morbidades associadas. A maior parte dos idosos (82,7%) não apresentou dentição funcional. A prevalências de perda dentária e edentulismo foram 45,5% e 39,3%, reSpectivamente. Conforme aumenta a concentração de multimorbidades em um idoso aumenta a prevalência de dentes perdidos culminando em ausência de dentição funcional e edentulismo O segundo artigo investigou uma possível modificação de efeito causada pelo uso de serviços na associação entre depressão e perda dentária/edentulismo nesta mesma coorte de idosos. Os dados foram coletados através de entrevistas domiciliares e o estudo utilizou dados de dois acompanhamentos: o baseline em 2014 e o acompanhamento de 2019/2020. Os desfechos em saúde bucal (2019/20) foram investigados através do autorrelato e a depressão (2014) foi avaliada pela Escala de Depressão Geriátrica-10 (EDG-10). Verificou-se maioria de mulheres (65,4%) entre os participantes, com média de idade entre 60 e 69 anos (58,4%). Em 2019, a perda dentária severa e edentulismo foram identificados em 59,9% e em 39,3% dos participantes, respectivamente. A maioria dos idosos relatou ter ido ao dentista nos últimos 2 anos (53,2%). Quanto à depressão em 2014, a prevalência foi de 14,5%. Idosos depressivos que foram ao dentista há mais de dois anos apresentaram maior risco de perda dentária quando comparados àqueles idosos depressivos que foram ao dentista nos últimos dois anos. Os achados desta dissertação demonstram que o acúmulo de morbidades está associado a piores desfechos em saúde bucal, incluindo perda dentária, ausência de dentição funcional e edentulismo. O tempo de consulta ao dentista superior a dois anos modifica o efeito da depressão na perda dentária, aumentando significativamente o risco da sua ocorrência. Esses resultados devem auxiliar no planejamento de políticas de saúde, visando o diagnóstico multidisciplinar em idosos. |