Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Dávila Orozco, Guillermo |
Orientador(a): |
Dias, Rafael Antunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Biologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8039
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Resumo: |
A estimativa de mortalidade anual de fauna por atropelamento em uma dúzia de países é maior que 400 milhões de indivíduos. Entender os padrões espaciais e temporais de atropelamento de fauna é de vital importância para a sua mitigação. Existem avanços notáveis na produção e adaptação de ferramentas para responder onde, quando e quantos indivíduos são mortos por atropelamentos. Pela complexidade de se obter suficiência amostral, estes padrões são pouco estudados a nível de espécie e a literatura que explora as mudanças interanuais e variações entre populações é praticamente inexistente. Ante estas incertezas, é comum assumir que os padrões de atropelamentos são semelhantes entre anos, estradas e inclusive entre espécies similares, pudendo restar eficácia à medida mitigadora. Nosso trabalho tem por objetivo estudar as variações espaço-temporais dos atropelamentos de fauna utilizando como espécie-modelo a serpente Helicops infrataeniatus. Desta forma, estudamos as mudanças anuais de hotspots, hot moments, e no número de indivíduos atropelados ao longo dos anos e as variações entre três rodovias da planície costeira da região sul do Brasil. Exploramos também a influência da escala de avaliação e do esforço amostral na identificação de hotspots ao longo dos anos, assim como medimos a sincronia de atropelamentos entre rodovias. O número de indivíduos atropelados foi estimado incluindo no cálculo a eficiência da detecção de carcaças e sua persistência na rodovia. Nós encontramos que os hotspots, hot moments e a estimativa de mortalidade correspondem aos padrões esperados pela dispersão, atividade e abundância da espécie. Porém, os padrões de atropelamentos podem apresentar mudanças ao longo dos anos e diferenças entre as rodovias. A localização de hotspots ao longo dos anos varia menos em escalas espaciais e temporais maiores, e não necessariamente pelo tamanho amostral. Nossa maior estimativa de mortalidade é na BR-392 (53km) com 61 atropelamentos/km/ano, porém a estimativa pode ser cinco vezes maior se considerado que o impacto se concentra num trecho de 10 km na Várzea do Canal São Gonçalo. Esta mesma estrada apresentou um padrão bienal no número de indivíduos atropelados. É possível que as variações nos padrões de atropelamentos detectadas estejam relacionadas a mudanças ambientais ou comportamentais em escala local e de períodos curtos. Neste sentido, é importante direcionar esforços para identificar a causa-efeito nas mudanças dos padrões de mortalidade. Entretanto, a complexidade do estudo em ecologia de estradas apresenta desafios consideráveis. Assim, nós recomendamos que na identificação de padrões de atropelamentos e sua mitigação, os tomadores de decisões implementem esforços de monitoramento e escalas de avaliação que incluam as potenciais variações espaço-temporais da biologia do táxon estudado. |