A recontextualização do ciclo de alfabetização na rede municipal de ensino de Pelotas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lapuente, Janaína Soares Martins
Orientador(a): Del Pino, Mauro Augusto Burkert
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7755
Resumo: O presente estudo analisou a recontextualização do ciclo de alfabetização na rede municipal de ensino de Pelotas através de um estudo de caso em duas escolas no período compreendido entre os anos de 2012 a 2014. Em cada escola foi realizado o acompanhamento de uma turma desde o seu ingresso no 1º ano até a conclusão do 3º ano do Ensino Fundamental de nove anos. A pesquisa de caráter qualitativo foi desenvolvida a partir da observação participante e entrevistas semi-estruturadas com duas professoras e uma gestora da SMED. O referencial teórico adotado foi Stephen Ball e Basil Bernstein buscando nos estudos desses autores, contribuições teórico-analíticas para compreender a política de ciclos e, especialmente, a recontextualização do ciclo de alfabetização na rede municipal de Pelotas. A análise considerou o entrecruzamento dos dados das observações, das entrevistas, dos registros realizados no diário de campo, do material produzido pelo PNAIC, das legislações e documentos orientadores do ciclo de alfabetização. Na rede municipal de Pelotas o processo de implantação do ciclo de alfabetização atravessou momentos diferentes, evidenciando que esse é um processo complexo caracterizado por acordos, negociações e relações de poder. O estágio inicial de formulação da política de ciclos foi marcado por ajustes, problemas, opiniões contrárias e rejeição aos ciclos. No segundo estágio houve maior abertura e espaço de participação, além disso, as professoras contribuíram com os ajustes da política através da avaliação e ressignificação da sua própria prática. A pesquisa verificou que o texto da política foi recontextualizado no campo de recontextualização pedagógica (SMED) gerando um novo texto que foi novamente adaptado e reinventado no contexto da prática. Conclui-se que o ciclo de alfabetização foi recontextualizado de formas diferentes entre as escolas investigadas e dentro da mesma escola, evidenciando que a política não está consolidada na rede municipal de Pelotas e que as professoras recriam a proposta do ciclo no seu fazer pedagógico. Apesar das escolas estarem organizadas a partir dos princípios do ciclo de alfabetização, inseriram orientações teóricas e metodologias da seriação em suas práticas, formando um modelo hibridizado através de mesclas de discursos pedagógicos e negociações que ocorrem nos diferentes momentos da política. Nas escolas e salas de aula observadas não houve hegemonia em torno de um tipo de prática pedagógica, mas sim combinações das pedagogias visíveis e invisíveis, além de aproximações com a prática pedagógica mista. O estudo também evidenciou que as mudanças que ocorreram no currículo, no espaço/tempo escolar, na prática pedagógica e na avaliação revelaram movimentos de ruptura em direção a uma escola mais igualitária.