Resumo: |
A presente tese tem como problema de pesquisa entender como Hildegard Rosenthal construiu narrativas visuais das mulheres paulistanas na década de 1940. Para elucidar o questionamento, o objetivo é analisar como Hildegard Rosenthal observou e retratou a presença das mulheres paulistanas na década de 1940 nas mais diversas situações – trabalhando nas próprias ruas da cidade, usufruindo dos espaços urbanos, desfrutando de serviços de beleza e até mesmo os seus próprios autorretratos, levando em consideração as relações de gênero e de migração que possam estar envolvidas. Nesse sentido, foram analisadas 38 fotografias produzidas por Hildegard Rosenthal durante a década de 1940, assim como uma entrevista concedida por ela em 1981 ao Museu de Imagem e Som. Como metodologia, para a análise imagética, dividi em dois momentos: "processos técnicos fotográficos" e "processos interpretativos fotográficos". Para a apreciação da entrevista de Hildegard Rosenthal, utilizo a História Oral, para assim relacionar sua fala, entendimentos e questões com a sua própria biografia e processos fotográficos. Durante o desenvolvimento da tese, foi possível compreender como o olhar estrangeiro - tanto masculino quanto feminino - marcou a cultura fotográfica de São Paulo na primeira metade do século XX, sendo que as(os) fotógrafas(fotógrafos) estrangeiras(estrangeiros) foram responsáveis pela introdução da "fotografia moderna no país", que trouxe novos ângulos, cenas e temas para as imagens brasileiras. Com relação a Hildegard Rosenthal, concluí que sua identidade foi transformando-se ao longo de seus processos de migração entre Alemanha, França e Brasil, e que suas narrativas visuais são resultado desses deslocamentos e olhares para a outra, em terras brasileiras, especialmente em São Paulo. Portanto, entendo que Hildegard Rosenthal construiu as narrativas visuais das mulheres paulistanas na década de 1940, buscando identificar os variados papéis que as mulheres poderiam exercer na sociedade da época. Incluindo críticas, ideias e ideais do que a fotógrafa entendia ser mulher em São Paulo no período especificado. |
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