Avaliação dos impactos de cenários de mudanças no uso do solo na hidrologia da bacia hidrográfica do rio Xingu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Zandra Almeida da
Orientador(a): Mello, Carlos Rogério de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos
Departamento: Centro de Desenvolvimento Tecnológico
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7475
Resumo: A bacia hidrográfica do rio Xingu (BHRX) possui grande importância no desenvolvimento econômico do Brasil, dada intensificação de atividades agropecuárias na região. Estas atividades ocasionam em crescentes taxas de desmatamento na bacia. Neste sentido, o uso de modelos hidrológicos para avaliar os impactos no comportamento hidrológico por mudanças no uso do solo torna-se uma ferramenta viável para o gerenciamento dos recursos hídricos. Este estudo objetivou avaliar o potencial do modelo Lavras Simulation of Hydrology (LASH) em representar os principais processos hidrológicos e indicadores hidrológicos na BHRX e, ainda, simular os possíveis impactos hidrológicos frente a diferentes cenários de mudanças no uso do solo no comportamento hidrológico da bacia. Os cenários avaliados abordaram a aumento de 50% (C1) e 100% (C2) das áreas de floresta para áreas de pastagens. Os cenários C3 e C4 compreendem a aumento de 50% e 100% das áreas de floresta para as áreas cultivo de soja. Por fim, o C5 abordou o aumento de 100% das áreas de pastagem para áreas de cultivo de soja. Os resultados obtidos na calibração e validação do modelo LASH permitiram verificar que o desempenho na BHRX foi superior aos outros estudos já realizados com o modelo. Ademais, pôde-se inferir que o desempenho do modelo LASH foi superior ao de outros modelos empregados em bacias hidrográficas da Floresta Amazônica e do Cerrado. Analisando os hidrogramas estimados frente aos observados foi possível observar que o modelo teve bom desempenho da representação das vazões médias diárias e mensais da BHRX. Assim como, o modelo LASH apresentou subestimativa nos valores de vazões mínimas e máximas da BHRX. Quanto aos componentes do balanço hídrico, os resultados indicaram bom desempenho do modelo para a estimativa na BHRX. Ademais, os componentes de maiores participações nas saídas do balanço hídrico na BHRX foram a evapotranspiração real (ETr) e o armazenamento atual (At). Já os resultados da validação “Proxy Basin Test” permitiram inferir que os parâmetros do modelo LASH calibrados no exutório da BHRX foram representativos para a bacia hidrográfica do rio Iriri. Analisando os hidrogramas de cada cenário, pôde-se observar que, de maneira geral, as modificações nos usos do solo na BHRX inferiram no aumento da produção de vazão, principalmente nas vazões de pico. Nos cenários mais críticos, o aumento no escoamento superficial foi de 16,1% no C2 e 18,6% no C4. A estimativa dos componentes do balanço hídrico, indicou que, de maneira geral, os cenários de desmatamento na BHRX resultaram em reduções nas taxas de ETr, interceptação e At, em até 4,9%, 11,7% e 21,9%, respectivamente. Foi possível concluir que as taxas de desmatamento atuais têm o potencial de alterar significativamente a magnitude dos componentes do ciclo hidrológico na Floresta Amazônica.