Características dos Sistemas Convectivos de Mesoescala que geraram granizo e atingiram o Rio Grande do Sul entre 2004 e 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fernandes, Bruno Maon
Orientador(a): Campos, Claudia Rejane Jacondino de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Meteorologia
Departamento: Faculdade de Meteorologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4281
Resumo: O Rio Grande do Sul (RS), dada a sua localização numa área subtropical, está sujeito à atuação de diversos fenômenos meteorológicos capazes de gerar eventos severos (ES). Dentre estes fenômenos destacam-se os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM), definidos como aglomerados de nuvens convectivas. Os SCM são responsáveis pela maior parte dos ES ocorridos no RS, dos quais o granizo é o mais destrutivo, uma vez que a economia do Estado é voltada à agroindústria, e este tipo de ES causa impactos diretos no setor agrícola. Por isso, este trabalho teve como objetivo analisar as características dos 34 SCM que atingiram o RS e geraram granizo (SCMGRA) entre 2004 e 2008, a partir da distribuição total e sazonal dos SCMGRA, discriminados de acordo com a sua origem: continental ou oceânico, diurno ou noturno e frontal ou não-frontal. Para a seleção dos SCMGRA foi utilizado o aplicativo ForTrACC (Forecasting and Tracking Active Cloud Clusters), imagens brutas do satélite GOES (Geostationary Operational Environmental Satellite) do canal 4 (infravermelho termal) com resolução espacial no seu ponto subsatélite de 4 km x 4 km e resolução temporal de 30 minutos, e os registros de ES e municípios atingidos notificados no banco de dados da DCRS (Defesa Civil do RS) do período de 01/01/2004 a 31/12/2008. Os resultados mostraram que os SCMGRA foram mais numerosos no trimestre de julho a setembro. Com relação à origem dos sistemas, 91% dos SCMGRA tiveram gênese sobre o continente, 56% foram classificados como diurnos, e 71% estavam associados à passagem de sistemas frontais. De maneira geral, os SCMGRA formaram-se entre o oeste do RS, nordeste da Argentina, sul do Paraguai e noroeste do Uruguai, e apresentaram deslocamento preferencial para leste, similar à circulação de grande escala em latitudes médias. Dentre os SCMGRA de maior ocorrência (continental, diurno e frontal – SCMGRA-CDF), a formação ocorreu preferencialmente entre o oeste do RS e o nordeste da Argentina, com deslocamento para leste. Os SCMGRA-CDF geraram perdas na agricultura em um terço dos municípios gaúchos atingidos.