Seleção avançada em cana-de-açúcar para tolerância ao déficit hídrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Harter, Adilson
Orientador(a): Silva, Sergio Delmar dos Anjos e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3972
Resumo: A cana-de-açúcar é uma das principais fontes de energia e alimento, destacando-se pela múltipla forma de uso e subprodutos obtidos. Neste cenário, o Rio Grande do Sul (RS) representa uma região importante na produção de derivados desta cultura, vinculado principalmente à agricultura familiar. O cultivo de cana-de-açúcar no RS atualmente passa por uma fase de adoção de novas variedades, substituindo clones e variedades antigas, as quais geralmente apresentam baixo rendimento e pouca tolerância a estresses abióticos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma metodologia de seleção avançada para tolerância ao déficit hídrico em cana-de-açúcar. Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, RS. Foi utilizado um total de 1853 plântulas para condução dos testes, obtidas a partir de sementes botânicas de 13 famílias de cana-de-açúcar, as quais foram submetidas ao déficit hídrico aos 70 dias após a emergência (DAE), com a suspensão da irrigação em ambiente controlado. Foram realizadas avaliações diárias do nível de tolerância utilizando uma escala de notas visuais desenvolvida neste estudo, com cinco classes de tolerância (nota 1 a 5), considerando como principais critérios de avaliação o enrolamento, a murcha e a descoloração foliar. A partir destas avaliações, foi estimada a tolerância ao déficit hídrico em plântula (TLP), expressa em dias sem irrigação (DSI), obtida a partir do número de dias que a plântula tolera até atingir nota visual de menor tolerância (nota 5). Após os testes na fase de plântulas, foram selecionados seis cruzamentos bi-parentais com maior nível de variabilidade e contraste para a variável TLP, conduzindo-se 380 plantas para as avaliações em fase adulta, realizada aos 250 DAE. Nesta etapa, foi realizada a suspensão da irrigação por sete dias, avaliando-se caracteres biométricos, fisiológicos e visuais de tolerância ao déficit hídrico. De acordo com a distribuição dos níveis de tolerância na fase de plântulas, foram definidas cinco classes de tolerância para a população em fase adulta, possibilitando as análises entre e dentro destes grupos para estimativa dos índices de coincidência e eficiência de seleção. Os resultados mostram alta variabilidade dentro e entre as famílias avaliadas, tanto na fase de plântulas como em fase adulta. A formação de classes de tolerância na fase de plântulas permitiu a diferenciação dos níveis de tolerância em fase adulta. Houve correlação positiva para tolerância ao déficit hídrico entre a fase de plântulas e fase adulta. A metodologia proposta permite a seleção avançada de genótipos de cana-de-açúcar visando à tolerância ao déficit hídrico, com índice de coincidência superior a 70,0% entre as fases de seleção.