Cultura de segurança do paciente na unidade materno-infantil: perspectiva dos gestores e profissionais de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Strefling, Ivanete da Silva Santiago
Orientador(a): Soares, Marilu Correa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7486
Resumo: A presente pesquisa objetivou conhecer as perspectivas dos gestores e dos profissionais de enfermagem em relação aos múltiplos fatores que envolvem a efetiva implementação das medidas de promoção da cultura de segurança do paciente na unidade materno-infantil de um hospital de ensino do sul do Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado mediante entrevistas semiestruturada com dezessete profissionais de enfermagem e sete os gestores do núcleo de segurança do paciente do hospital. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Região da Campanha sob o Parecer n°2.505.458 e CAAE: 83237518.7.0000.534. O cenário de estudo foi a unidade materno-infantil do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas com coletas realizadas no período de fevereiro a maio de 2018. Utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo proposto por Lefrève para analisar os depoimentos que deram origem a três categorias. Na primeira categoria os participantes manifestaram boa expectativa com a nova configuração do quadro de pessoal do hospital e da unidade materno-infantil, porém a adesão de práticas seguras esta condicionada ao alinhamento das novas equipes e do empenho dos profissionais envolvidos. Na segunda categoria, notou-se que os gestores apontaram algumas iniciativas preconizadas nacional e internacionalmente que estão sendo implantadas na unidade materno-infantil como a identificação do paciente e o checklist parto seguro. Já no discurso dos profissionais de enfermagem identificaram-se principalmente ações pontuais relacionadas à operacionalização do seu fazer, como mudanças no padrão de prescrição médica, em equipamentos, na qualidade dos materiais utilizados e nos fatores estruturais da unidade. Na terceira categoria observou-se que tanto os gestores quanto os profissionais de enfermagem associam a mudança do quadro de pessoal, a dificuldade do trabalho em equipe, a comunicação ineficiente entre equipes multiprofissionais e entre os profissionais com a mulher e seus familiares como fatores que dificultam a adesão de medidas seguras de cuidado na unidade materno-infantil. Todavia, a comunicação entre os membros da mesma equipe e a perspectiva de melhorias com o ingresso de novos colaboradores foram potencialidades identificadas nos discursos dos participantes. Assim Este estudo permitiu inferir que a cultura de segurança do paciente na unidade materno-infantil encontra-se incipiente, visto que na ótica do pensamento sistêmico, existem muitas lacunas no processo de trabalho que interferem na qualidade e segurança do cuidado a mulher e ao recém-nascido. Frente o exposto, confirmou-se a tese de que a efetiva implementação de medidas que promovem a cultura de segurança do paciente na unidade materno-infantil se estabelece a partir do conhecimento e da percepção que os gestores e profissionais de enfermagem possuem a respeito dos múltiplos fatores que interferem no cuidado seguro. Sugere-se que esta temática seja incluída desde a academia para a disseminação da cultura de segurança do paciente como assunto transversal possibilitando assim desmitificar a cultura do erro e da punição e tornar os acadêmicos disseminadores desta proposta juntamente com a equipe de saúde e a gestão da instituição.