Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Danusa Vieira Freire da |
Orientador(a): |
Dias, Adriana Schmidt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10826
|
Resumo: |
Nos anos 1980, feministas chamaram atenção para o fato de que ao pesquisar elementos da cultura material, arqueólogos/as trabalhavam com um paradigma em que as fontes utilizadas para deduzir suas noções implícitas de arranjos de gênero no passado raramente eram explicitadas. Fundamentadas numa epistemologia binária e oposicional (natureza/cultura, sexo/gênero, feminina/masculino), papéis públicos e diferentes atividades exercidas por homens e mulheres de populações pretéritas são frequentemente inferidos a partir de valores e narrativas ocidentais modernas. É o caso do paradigma man-the-hunter, onde o homem é apresentado como o único responsável pela caça, atividade que seria motor evolução humana, relegando às mulheres a atividades de coleta. Embora esses paradigmas baseados numa visão masculinista tenham sido criticados, seu legado na elaboração de discursos arqueológicos permanece. Esta pesquisa procura, através de uma discussão teórico-metodológica, analisar a literatura arqueológica brasileira sobre povos caçadores-coletores pretéritos, colocando em questão a suposta neutralidade de modelos interpretativos que privilegiam a análise de pontas de projétil para reconstruir as dinâmicas de povoamento inicial do território brasileiro. Com base em perspectivas teóricas feministas e decoloniais, compreende-se que parte dessas investigações, de cunho evolucionista-darwinista e vinculadas a correntes hegemônicas da produção do conhecimento, reproduzem vieses masculinistas dominantes em suas pesquisas. São discutidos ainda outros caminhos possíveis de elaboração de conhecimento arqueológico/científico sobre os primeiros povos a ocuparem as Américas, a partir da perspectiva de povos tradicionais e sua relação com as plantas. Por fim, defendo que ao incorporar práticas contra-hegemônicas, torna-se possível a construção não somente de outras arqueologias, mas também de outros mundos. |