Hotelaria alemã na década de 1940: o quebra-quebra nos hotéis pelotenses.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Quintana, Caroline Beskow
Orientador(a): Müller, Dalila
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6923
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar as consequências do “quebra-quebra” ocorrido em agosto de 1942, durante a II Guerra Mundial, na hotelaria pelotense através dos hotéis cujos proprietários eram alemães ou descendentes. A principal fonte da pesquisa foi a história oral hibrida, utilizando a narrativa de cinco entrevistados, em conjunto com fontes bibliográficas, jornalísticas e processos da Justiça do Trabalho. Foram identificados 24 hotéis em funcionamento na década de 1940, destes, nove eram de propriedade de alemães ou descendentes, representando 37,5% da hotelaria da cidade. Os nove hotéis alemães podem ser divididos em dois grupos, os hotéis localizados no Centro da cidade de Pelotas (Hotel América, Hotel do Comércio e Hotel Glória), e os hotéis que ficavam localizados nas vias de acesso ao Centro, e eram considerados hotéis Coloniais (Hotel Tretow, Hotel Krüger, Hotel Heling, Hotel Fiss & Tessmann, Hotel Ness e Hotel Colonial). Dos nove hotéis alemães, cinco destes foram atacados durante o “quebra-quebra” de agosto de 1942, os hotéis América, Glória, do Comércio, Treptow e Fiss & Tessmann. Destes, apenas o Hotel Glória e o Hotel Treptow conseguem se reerguer após os ataques. O Fiss & Tessmann teve perda total no imóvel, e os hotéis América e do Comércio voltam a funcionar no mesmo endereço, na mesma década, mas com outros proprietários, sendo que o Hotel do Comércio passa a se chamar “Novo Hotel do Comércio”. Os hotéis foram atacados, saqueados e queimados, e o dono do Hotel do Comércio foi preso. Esses atos podem ser caracterizados como atos de intolerância, pois foram atos iniciados a partir do preconceito a uma etnia, exaltados por notícias sensacionalistas, e com a permissão do governo e órgão de defesa.