Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Rogério Piva da |
Orientador(a): |
Colvero, Ronaldo Bernardino |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6202
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Resumo: |
Atualmente, os termos memória e patrimônio extrapolam o âmbito acadêmico. Apesar disso, ainda é difícil a preservação do patrimônio cultural no Brasil. No município do Rio Grande não é diferente. A partir da implantação do Polo Naval em 2006, 10 bilhões em investimentos deram à cidade grande visibilidade, atraindo empresas e trabalhadores de todo o país. Todavia, esses investimentos não refletiram no cuidado com o patrimônio cultural dos rio-grandinos. Pelo contrário, o crescimento econômico trouxe consigo a necessidade de ampliar os espaços destinados à habitação, ao comércio e aos serviços. Assim, foi acelerado o processo nos quais antigos casarões, centenárias indústrias e praças foram destruídos ou descaracterizados. Na atualidade, mais de 75% das 509 construções inventariadas no município encontram-se abandonadas, em ruínas ou estão invisíveis aos olhares da população. Portanto, baseado no conceito de patrimônio como preservador da memória e na necessidade de manutenção do espaço físico como seu suporte, este estudo tem como objetivo verificar o esquecimento, relacionando à necessidade da preservação do patrimônio material, pelo questionamento: o descaso com o patrimônio cultural arquitetônico e a invisibilidade e/ou desaparecimento dos lugares de memória em Rio Grande levará ao esquecimento? Para tal, este estudo está fundamentado principalmente nos referenciais teóricos de Halbwachs e Nora, e busca demonstrar que o descaso com o patrimônio cultural pode levar ao esquecimento. Para tanto, utilizou-se de um estudo de caso. Além disso, esta pesquisa foi desenvolvida por meio do método de abordagem dedutiva, comparativa e procedimentos de campo. Como objeto de pesquisa, utilizamos o único patrimônio arquitetônico industrial rio-grandino tombado pelo IPHAE – a Fábrica Rheingantz. A escolha da Rheingantz ocorre devido à contenda travada entre gestores, agentes imobiliários e a população rio-grandina sobre a utilização dos 155 mil metros quadrados da antiga fábrica. A possibilidade de derrubada do complexo para construção de residências gerou muitas inquietações. O complexo da Fábrica Rheingantz é identidade do povo rio-grandino? Quanto mais o tempo passa sem que o tombamento se transforme em efetiva proteção e a geração que trabalhou nos tempos áureos da Rheingantz for “desaparecendo”, sua importância histórica e simbólica diminuirá até sumir? Já estaremos vivendo o período do esquecimento no caso da Fábrica Rheingantz? Para a plena realização dos objetivos, foram feitos os registros fotográficos dos 509 bens culturais e aplicados 500 questionários nos meses de novembro e dezembro de 2010. O processo foi repetido nos meses de abril e maio de 2015, com o intuito de contrastar os dados. Os resultados demonstraram que a diferença entre o número de pessoas que preferem a construção de um bairro residencial à manutenção dos prédios da antiga fábrica aumentou em mais de 180%, comparando com a pesquisa de 2010. Atualmente, 34% dos entrevistados acreditam que a melhor alternativa para as ruínas do complexo é a derrubada e a construção de um condomínio residencial, enquanto que em 2010 eram 12%. Essas informações demonstram que o valor patrimonial da primeira indústria gaúcha está diminuindo rapidamente e é possível afirmar que estamos vivendo um processo de esquecimento da Fábrica Rheingantz. |