Elementos metodológicos na dinâmica de configuração de aglomerações da indústria de transformação no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Licks, Elis Braga
Orientador(a): Kohls, Volnei Krause
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Organizações e Mercados
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
ICn
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4911
Resumo: Este trabalho teve o propósito de contribuir com o aperfeiçoamento dos caminhos para identificação de aglomerações na indústria de transformação do Rio Grande do Sul em dois períodos, 2002 e 2011, utilizando para tal, a metodologia do Índice de Concentração normalizado (ICn). Também utilizou-se de uma técnica específica da econometria espacial (LISA) para detectar a presença ou não de autocorrelação espacial da especialização produtiva dos aglomerados no Estado, buscando averiguar possíveis “transbordamentos” entre os mesmos. Paralelamente à questão metodológica, o trabalho buscou avaliar as ações de políticas públicas para os APLs nas três últimas gestões do governo estadual, 1999-2010, e uma análise e projeção das políticas de apoio aos mesmos da gestão atual (2011-2014), vinculadas a uma política industrial mais ampla de apoio a setores estratégicos da economia, a coordenação de ações transversais para a geração de externalidades econômicas locais e o combate às desigualdades regionais. Na questão metodológica, os resultados encontrados contribuem de forma significativa para a literatura relacionada à aglomerações produtivas e ratificam que, assim como os métodos tradicionais QL e GL, o ICn é um método que se mostrou adequado para trabalhos que utilizam base de dados extensas e densas, com o objetivo de identificar a concentração setorial e regional de arranjos produtivos já estabelecidos. Entretanto, como era esperado, não consegue captar a complexidade das diferenças estruturais dos territórios, bem como avaliar seus elementos dinâmicos, como potencialidades e relações entre firmas e instituições. Neste estudo foram analisados 11 setores que compõe a indústria de transformação do Rio Grande do Sul para os anos de 2002 e 2011. Pode-se perceber que a maior parte destes setores não sofreram alterações significativas em relação aos indicativos de aglomerações mudando ou agregando, na sua maioria, apenas uma microrregião durante o período analisado. Destacam-se as exceções que foram os casos do setor coureiro-calçadista com uma mudança significativa e os setores têxtil, borracha e fabricação dos automotores, que mantiveram suas aglomerações sem mudanças ao longo do período. Quanto às políticas públicas, embora as mudanças de foco e/ou ênfases, em todas as três gestões de governo 1999-2010 houve importantes avanços no desenvolvimento dos APLs no Estado. Na gestão atual, 2011-2014, embora sob riscos, há uma mudança de postura no sentido de avançar de um enfoque tradicional, baseado em políticas regionais para a correção de possíveis desequilíbrios, para outro que enfatiza, sobretudo, a capacidade de impulsionar o desenvolvimento em cada âmbito territorial. Essa visão supõe, na essência, o abandono da lógica do subsídio, pelo estímulo às atuações empreendedoras. Essa sinalização aponta para a “autoorganização” local dos agentes econômicos, dado que 2/3 dos APLs enquadrados para receberem apoio, estão em regiões com IDESE – Bloco Renda (FEE) abaixo da média, que por sua vez, historicamente, têm revelado dificuldades em trabalhar de forma cooperativa.