Avaliação de diferentes protocolos de simulação de erosão ácida em dentes bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Kodama, Ayumi Batista
Orientador(a): Santos, Mateus Bertolini Fernandes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3617
Resumo: A erosão dental é definida como a perda cumulativa e irreversível de tecido dentário duro em decorrência de um processo químico-mecânico que é comumente associada às desordens alimentares, refluxo gastroesofágico ou consumo exagerado de alimentos excessivamente ácidos. Em casos de refluxo do conteúdo gastroesofágico, o conteúdo gástrico contendo entre outras substâncias o ácido clorídrico (HCl), que apresenta pH reduzido, chega à cavidade bucal e pode ser capaz de provocar perda de conteúdo mineral das superfícies dentárias. Embora alguns estudos tenham sido realizados acerca da simulação da erosão dentária em laboratório, não existe até o momento nenhum protocolo de simulação que seja considerado padrão-ouro. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar diferentes metodologias para simular in vitro o efeito da erosão dentária utilizando protocolos mecânicos, químicos e químico-mecânicos. A erosão ácida simulada foi testada em 6 diferentes grupos experimentais e 1 grupo controle. Após o tratamento foram feitas análises relacionadas à rugosidade superficial, microdureza, alteração topográfica da superfície (MEV) e semi-quantificação por espectroscopia por dispersão de energia (EDS). Os valores de rugosidade foram maiores para os grupos que foram imersos 96h, com diferenças estatisticamente significativas quando comparados aos demais grupos. Em relação aos grupos que utilizaram a solução de HCl, a simulação química ou mecânica-química não influenciou os resultados de dureza independente da profundidade, com exceção de 20µm de profundidade para o grupo HCl (químico-mecânico/96h) e 30µm de profundidade para o grupo HCl (químico mecânico/108min). Os grupos químicos apresentaram os menores valores de microdureza Knoop na maior profundidade avaliada (grupo HCl (químico/108min): 54,28 e grupo HCl (químico/96h): 44,30), indicando uma maior penetração de ácidos. Ao avaliar as características macroscópicas da superfície dos espécimes, o grupo HCl (químico-mecânico/108min) foi o que apresentou o padrão superficial de perda mineral mais semelhante ao encontrado clinicamente. Nas imagens em MEV apenas os grupos que simulavam HCl durante 96h tiveram os túbulos dentinários expostos. O grupo HCl / químico-mecânico / 108min apresentou a zona de transição entre esmalte e dentina. Os outros grupos pudemos observar apenas a superfície do esmalte. As percentagens de peso e átomos de Cálcio e Fósforo tenderam a diminuir entre os grupos avaliados, com exceção do grupo HCl / químico / 108min. O tempo dos desafios erosivos influencia a rugosidade, a dureza de Knoop e a topografia superficial de lesões simuladas de erosão dentária. O uso de suco de maçã como solução não produziu lesão semelhante à erosão. Os processos químico-mecânicos foram mais capazes de remover o esmalte devido à simulação erosiva. A imersão químico-mecânica com solução de HCl com ciclos de desmineralização / remineralização totalizando 108min apresentou resultados macroscópicos mais semelhantes aos encontrados em lesões de erosão in vivo.