Influência de variáveis psicossociais na percepção materna sobre o impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal em crianças de 24 a 36 meses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Francine dos Santos
Orientador(a): Goettems, Marília
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3477
Resumo: A prevenção de fatores determinantes para doenças bucais em crianças, geralmente, está associada à atuação materna, logo, desequilíbrios psicológicos maternos podem desencadear cuidados inadequados à criança. Aspectos sociais, culturais, ambientais e psicológicos na família podem afetar os desfechos de saúde nas crianças e a percepção sobre a qualidade de vida. Tornar-se mãe na adolescência pode representar maior risco à saúde bucal, dadas suas implicações biológicas, familiares, emocionais, comportamentais e econômicas, podendo refletir na própria saúde bucal materna, bem como, na de seus filhos. Desta forma, este estudo tem por objetivo avaliar a percepção de mães adolescentes sobre a qualidade de vida relacionada à saúde bucal de crianças de 24 a 36 meses de idade. A pesquisa, de caráter transversal, foi realizada aninhada em uma coorte de gestantes adolescentes da cidade de Pelotas - RS. A coleta de dados deu-se após assinatura do Termo de Consentimento Livre e esclarecido e consistiu na realização de entrevista com as mães, avaliação psiquiátrica materna, exame bucal materno e exame bucal da criança. Na entrevista foram coletados dados socioeconômicos, referentes ao uso de serviços odontológicos da mãe e da criança e ansiedade odontológica materna. Foram aplicados instrumentos específicos para mensuração da qualidade de vida relacionada a saúde bucal da mãe (Oral Impacts on Daily Performance) e da criança (Early Childhood Oral Health Impact Scale), bem como avaliação psicológica materna, ( MINI – PLUS - Mini International Neuropsychiatric). As variáveis clínicas coletadas foram experiência de cárie da mãe e da criança (CPOD e ceod), sangramento gengival da mãe e trauma dentário na criança. Os dados serão tabulados no programa Epiinfo 6.04, digitado em duplicidade e independentemente. Para verificar a associação entre as variáveis independentes e o desfecho, na análise bruta e ajustada, utilizou-se Regressão de Poisson com variância robusta, estimando-se as razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Todos os dados foram analisados no programa Stata 12.0 para Windows (Stata Corporation, College Station, Estados Unidos). Este estudo avaliou 544 díades mãe-filho. Após o ajuste, a percepção materna de impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal da criança permaneceu significativamente associada com transtorno depressivo maior (RP = 1,52, IC 95% = 1,07-2,14), sintomas de ansiedade (RP = 1,37, 95% CI = 1,17-1,61 ), visitas da criança ao dentista (PR = 0,46, 95% CI = (0,35-0,61), experiência de cárie da criança (RP = 1,48 IC 95% = 1,12-1,96) e qualidade de vida relacionada à saúde bucal da mãe (RP = 1,97, IC 95% = 1,14-3,45). Concluiu-se que mães depressivas e com sintomas de ansiedade percebem maior impacto negativo na qualidade vida relacionada à saúde bucal de seus filhos, independentemente da condição de saúde bucal das crianças.