Respostas fisiológicas do arroz irrigado submetido à aplicação de herbicidas em condições de salinidade na água de irrigação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moraes, Ítalo Lucas de
Orientador(a): Deuner, Sidnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3584
Resumo: Na cultura do arroz irrigado, a utilização do controle químico se constitui na tática mais adotada no manejo de plantas daninhas, porém, algumas respostas fisiológicas da planta sob condições de estresse salino não são bem elucidadas. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação e em laboratório pertencente à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Capão do Leão/RS, durante o ano agrícola de 2013/14 e 14/15. Os herbicidas utilizados foram Aura® 200 (profoxidim 170 g.i.a ha-1), Clincher® (cialofope butílico 315 g.i.a ha-1), Nominee® (bispiribaque sódico 50 g.i.a ha-1) e Gamit® (clomazona 600 g.i.a ha-1), aplicados no estádio V3-V4, antes do estabelecimento da lâmina de água, a qual foi mantida na presença ou ausência de 7,5 dS m-1 de salinidade. No primeiro ensaio, as variáveis analisadas foram fitotoxicidade, conteúdo relativo de água (CRA), atividade das enzimas antioxidantes (CAT, APX e SOD), peroxidação lipídica e peróxido de hidrogênio. Objetivou-se com esse experimento inferir sobre os efeitos fisiológicos desencadeados pela ação de herbicidas seletivos a cultura do arroz aplicados em pós-emergência sob condições salinas da água de irrigação. O herbicida clomazona mostrou a maior fitotoxicidade para o tratamento não salino, no entanto para o tratamento com sal houve recuperação, e o maior valor de CRA, associado a maior atividade da CAT, menor atividade para APX e baixa atividade para SOD. A baixa peroxidação lipídica e conteúdo de peróxido indicam que a CAT é efetiva na eliminação de EROs impedindo assim, o dano as membranas. O herbicida profoxidim quando aplicado de forma isolada manteve baixa fitotoxicidade, porém o CRA foi o mais afetado nas duas condições de salinidade. O alto valor de atividade das enzimas antioxidantes e de peroxidação lipídica indicam que o estresse oxidativo também está associado a ação deste herbicida. O herbicida bispiribaque-sódico não alterou a fitotoxicidade e o CRA, estando os valores de atividade enzimática associados a baixa peroxidação lipídica, o que indica ocorrência de estresse oxidativo em menor grau para o herbicida inibidor de ALS. Para cialofope-butílico houve alta fitotoxicidade e a maior redução no CRA para o tratamento não salino. No segundo experimento objetivou-se investigar os parâmetros fisiológicos índice de clorofilas, flavonoides, antocianinas, índice de balanço de nitrogênio e potencial osmótico em plantas de arroz irrigado. O herbicida clomazona apresentou recuperação no índice de clorofila, índice de balanço do nitrogênio e potencial osmótico sob estresse salino, mostrando maior produção de antocianinas, provavelmente devido a maior ativação do mecanismo de defesa. Todos os tratamentos que combinaram os dois estresses apresentaram redução no índice de balanço do nitrogênio e índice de clorofila aos 21 e 28 dias após a aplicação, respectivamente. O herbicida clomazona aplicado sob condições estresse salino mostrou recuperação da maioria dos parâmetros avaliados, constituindo-se este, uma alternativa ao controle químico de plantas daninhas na cultura do arroz nestas condições. Estas alterações sugerem que os herbicidas interferem nos parâmetros fisiológicos avaliados, provavelmente por uma elevação nos custos energéticos de metabolização.