Grupos de mídia pertencentes a partidos políticos: o caso de Malta a partir de 1991.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Antonio Vicente Pessoa de
Orientador(a): Barreto, Alvaro Augusto de Borba
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5279
Resumo: O objetivo deste estudo visa desvendar a razão e o funcionamento de um fenômeno incomum, em que partidos políticos são proprietários de grupos de comunicação em massa. Para tratar de um tema como grupos de mídia pertencentes a partidos políticos, esta pesquisa foca no único caso dentre as democracias europeias, na República de Malta, pequeno Estado-nação no Mar Mediterrâneo, em que há grupos de mídia pertencentes a organizações partidárias, estes gerenciando alguns dos canais de televisão, estações de rádio, jornais diários e semanais, além de portais de notícias. Há um rico conjunto de informações e exposição de detalhes sobre o caso dos grupos de mídia partidários malteses na obra de Sammut (2007), cuja citação será frequente na descrição do objeto de estudo deste trabalho. O marco temporal deste estudo abarcará os antecedentes, desde a estatização da mídia audiovisual em Malta, em 1975, passando pelo período de estabelecimento destes veículos de comunicação partidários, a partir de 1991, até o período de consolidação de fenômeno, em que é possível encontrar material bibliográfico sobre o caso, em 2014. Esta dissertação apresenta duas linhas de análise, uma sobre as razões do estabelecimento e manutenção desse modelo ímpar de mídia partidarizada, e outra sobre o funcionamento desse modelo, visando expor para quais objetivos esses veículos de comunicação são empregados. Para a primeira linha de análise, as razões do estabelecimento e manutenção serão tratadas sob uma ótica neoinstitucionalista, empregando o ferramental teórico da dependência de trajetória, também conhecido como path dependence. Para a segunda linha de análise, o funcionamento do fenômeno será analisado sob a luz teórica da comunicação política. Este trabalho conclui que, com o estabelecimento de grupos de mídia partidários, diferentes correntes da opinião pública maltesa possuem meios mais transparentes para saber quais são os interesses políticos de quem os informa, e com o que é oferecido, cada indivíduo pode decidir qual ponto de vista seguir ou desenvolver a sua própria visão dos fatos. A conclusão sobre um modelo de mídia que contempla a existência de veículos de comunicação pertencentes a partidos políticos, coexistindo com mídias de propriedade privada, religiosa e estatal, oferece contribuições para futuras reflexões sobre o acesso à mídia por parte de distintos grupos e correntes políticas, que representam setores de uma determinada sociedade.