“É um mal de amor”: narrativas que forjam uma educação quimbandeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soares, Rodrigo Lemos
Orientador(a): Bussoletti, Denise Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9504
Resumo: Por quais caminhos através da escrita de pesquisa é possível assentar uma Educação quimbandeira? Eis a questão que impulsionou a escrita desta tese. A partir dessa inquietação meu empreendimento investigativo manteve-se orientado pelo objetivo de saber de que maneira as relações entre os elementos pedagógicos presentes nos rituais e saberes são desenvolvidas em terreiros de Quimbanda da região sul do Rio Grande do Sul. A organização e escritura do texto foi definida, a partir das encruzilhadas de aparecimento nas narrativas da rede de colaboradores, a qual foi formada pelo espaço conferido para indicação de participantes, a partir de dois participantes basilares, a saber, minha ex Mãe de Santo (Maria Padilha das Almas) e o meu atual Pai de Santo (Tiriri da Encruzilhada). A composição da rede é formada pela presença de pomba-giras e exus dos diferentes domínios da Quimbanda, isto é, kalunga grande, kalunga pequena, Matas, Cruzeiros e Almas. Os dados foram produzidos por entre [vistas] e recorrência aos elementos das autoetnografia. As giras analíticas, por sua vez, foram possíveis pelo agenciamento da técnica de Análise Cultural, bricolada com elementos da Autoetnografia, História Oral e Estudos Culturais. Conforme a ideia de dinamicidade, caractere que define pomba-giras e exus, a escrita, a partir da Quimbanda, foi realizada pela razão do Amor quimbandeiro, aquele que é fugidio, que vive nas memórias, nas experiências e práticas dos terreiros. Assim também é a razoabilidade derivada da subjetividade epistemológica possibilitada pela presença de pomba-giras e exus, em nossas vidas. Uma razão científica que imprime saberes em nossos corpos e consolida dinâmicas educativas que derivam de assentamentos e fundamentos religiosos, os quais consideram experiências socioculturais, das religiões de vertente e/ ou matriz africana. Pomba-giras e Exus são propositivos da gira, da incerteza, da transformação, enquanto elementos fundamentais para compreensão de uma prática educativa dos terreiros, implicados na simbologia do corpo como lócus das relações de ensino-aprendizagem, isso porque, é sobre eles que são investidas as ferramentas e técnicas de saber.