Percepção dos aspectos físico-espaciais em ambientes de parturição: um estudo qualitativo sobre a humanização do parto natural em hospitais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Schneid, Monique Denoni
Orientador(a): Naoumova, Natalia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15311
Resumo: O ambiente de parto desempenha um papel crucial no bem-estar e na experiência das parturientes, impactando tanto o processo de nascimento quanto o conforto emocional das gestantes. Neste contexto, o presente estudo buscou analisar qualitativamente os ambientes de parturição em um hospital de referência na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, considerando os aspectos físico-espaciais que podem contribuir para a humanização do parto natural. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, utilizando o estudo de caso como método e foi dividida em duas etapas: levantamento de arquivo e levantamento de campo. O levantamento de arquivo contou com pesquisa documental e bibliográfica a respeito da história do parto, ambientes de parto, legislações vigentes, o conceito de percepção ambiental, entre outros. Já o levantamento de campo incluiu visitas com observações diretas, registros fotográficos e entrevistas, analisando-se tanto elementos físicos quanto subjetivos dos ambientes de parto. Os resultados revelaram que a percepção do ambiente de parto é significativamente influenciada pelos aspectos físico-espaciais. Elementos como privacidade, controle da iluminação e configuração de espaço adequada foram destacados pelas parturientes como fatores cruciais para uma experiência de parto mais humanizada e confortável. Foram identificadas diferenças importantes entre os ambientes de parto do Sistema Único de Saúde (SUS) e os particulares/convênios. Nos ambientes oferecidos pelo SUS, as parturientes relataram falta de privacidade e controle sobre o ambiente, muitas vezes atribuída ao compartilhamento do espaço com outras pessoas e ao uso de cortinas como elemento separador. Já nos ambientes particulares, as entrevistadas destacaram uma maior possibilidade de personalização do espaço, com opções de controle de luz e maior privacidade. Além disso, a pesquisa constatou que a legislação vigente no Brasil prioriza aspectos de segurança física no parto, mas ainda carece de diretrizes que abordem aspectos subjetivos e a humanização do espaço físico. Comparações com práticas internacionais sugerem que países com maior foco na humanização do parto tendem a integrar de forma mais equilibrada os aspectos físicos, emocionais e sociais no ambiente de parturição. Em síntese, a pesquisa conclui que a percepção do ambiente de parto por gestantes e profissionais de saúde está diretamente relacionada aos aspectos físico-espaciais, variando em grau de importância, e impacta a experiência de formas distintas entre os ambientes públicos e particulares. A partir dos dados analisados, recomenda-se a implementação de melhorias nos ambientes de parturição, com foco em aumentar a privacidade, oferecer maior controle sobre o ambiente e incluir mobiliário mais adequado às necessidades das parturientes, de forma a promover uma experiência mais humanizada e confortável para todas as usuárias.