Da ascensão à descrença na bolsa de valores: os significados da crise financeira no jornalismo econômico do Brasil entre 2004 e 2014.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Medeiros, Yuri Dayananda
Orientador(a): Leite, Elaine da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5302
Resumo: No início dos anos 2000, um otimismo generalizado tomou contas dos mercados financeiros globais. As bolsas de valores dos países emergentes, dentre eles o Brasil, enfrentavam alta após alta, num período de ascensão nunca visto antes. Esse clima de otimismo foi contagiante, e produziu uma crença coletiva que atraiu ainda mais investidores para o mercado financeiro, muitos pela primeira vez. Os jornalistas econômicos, por sua vez, produziam notícias otimistas sobre o Brasil e sobre a então Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa. E, veio a crise financeira 2007-2008, e muitos analistas, especialistas, jornalistas, ficaram céticos sobre os possíveis efeitos que poderiam se espalhar pelos mercados financeiros mundiais e atingir o Brasil. Mas, o que antes era certeza de um futuro próspero para bolsa brasileira, se desintegrou gradual e continuamente num período de descrença que se opôs em muito aos primeiros anos do fenômeno social da crença coletiva do início dos anos 2000. Esta pesquisa estudou o fenômeno da produção da crença no jornalismo econômico, capaz de produzir e consagrar valores simbólicos, colocando em evidência determinadas pautas, elegendo porta-vozes, e influenciando diretamente o funcionamento de outros campos. O objeto de investigação desta dissertação de mestrado são reportagens coletadas da Revista Exame e da Folha de São Paulo, veículos de grande circulação no Brasil, divulgadas no período 2004-2014, referentes à BM&FBovespa e a crise financeira 2007-2008. Os resultados apontam para uma convergência entre o jornalismo econômico e a doxa financeira no período que antecedeu a crise, seguido de um momento de descrença, passada a crise, que perdura até hoje, indicando um rompimento do jornalismo econômico com os interesses da BM&FBovespa e da doxa financeira.