Direcionadores da adoção da produção agrícola orgânica: uma análise combinatória a partir do censo agropecuário 2017.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, Tanisa Dias
Orientador(a): Dias, Marcelo Fernandes Pacheco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais
Departamento: Centro de Ciências Sócio-Organizacionais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9302
Resumo: Dada a relevância do Brasil na produção agrícola mundial, a necessidade de aumento da rentabilidade e considerando os impactos ambientais causados por uma demanda cada vez maior por alimentos, surge a necessidade de inovação com a incorporação da dimensão ambiental ou ecoinovação, tornando-se um elemento central na adaptação dos sistemas de produção agrícola. O objetivo geral deste estudo foi compreender quais são as combinações de direcionadores da ecoinovação agrícola (drivers) que favorecem a adoção de sistema de produção agrícola orgânico. Os objetivos específicos são: a)identificar na literatura sobre os tipos e direcionadores associados à ecoinovação em sistemas de produção agrícola;b)identificar as combinações de ecoinovações que favorecem a adoção do sistema de produção agrícola orgânico.. Para realizar a pesquisa e atingir os objetivos estabelecidos, primeiro foi realizado o desenvolvimento teórico e conceitual, com uma revisão da literatura sobre o tema da ecoinovação e seus tipos da agricultura e direcionadores (drivers) da ecoinovação na agricultura. Três tipos de sistemas de produção agrícolas foram identificados, os quais são: sistema baseado em insumos químicos, sistema baseado em insumos biológicos e sistema agrícola baseado na biodiversidade. Além disso, foram identificados na revisão da literatura 10 direcionadores, os quais podem ser capazes de explicar as diferenças na adoção de um ou outro sistema de produção agrícola, os quais são: 1) envolvimento em grupos externos ou de cooperação; 2) informação; 3) acesso ao crédito; 4) acesso ao mercado; 5) gênero; 6) idade; 7) educação; 8) tamanho da propriedade; 9) propriedade da terra e, 10) a qualidade de suporte. Para responder a essa questão foi realizada uma pesquisa descritiva e explicativa, na qual os dados foram oriundos do Censo Agropecuário de 2017 disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para identificação das combinações de direcionadores associado a cada um dos tipos de sistemas agrícolas foi utilizado o Método de Análise Qualitativa Comparativa – QCA através das análises das condições que são necessárias e suficientes para o resultado. Os resultados identificaram que nenhum direcionador pode ser definido como necessário, mas foram identificadas combinações de direcionadores internos e também de direcionadores externos suficientes explicativos para a alta proporção de propriedades que declararam realizar produção orgânica no município ocorresse. Em relação as duas configurações dos direcionadores internos encontradas estas se caracterizaram por conter municípios que apresentavam dirigentes das propriedades com maior idade, menor predominância de homens e maior tamanho médio dos estabelecimentos. Essas três características se combinam com menor proporção de estabelecimentos de terras próprias no município ou menor grau de escolaridade dos dirigentes destes estabelecimentos. Em relação as três configurações dos direcionadores internos encontradas estas foram caraterizadas como de subsistência isolados e subsistência interativos. O grupo dos municípios de subsistência isolados se caracterizaram por ter produtores com finalidade de subsistência, menor diversidade de interação com organizações externas e menor acesso ao crédito. O grupo dos municípios de subsistência interativos se caracterizou por maior diversidade na participação externa com maior diversidade de suporte; e com maior diversidade de acesso à informação.