Assembleia de helmintos e ocorrência de Haemoproteus columbae Kruse, 1890 (Haemosporida: Haemoproteidae) associados à Columba livia Gmelin, 1789 (Columbiformes: Columbidae) no sul do Rio Grande do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Carolina Caetano dos
Orientador(a): Farias, Nara Amélia da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14156
Resumo: Columba livia é uma ave nativa do sul da Europa, norte da África, Oriente Médio e sul da Ásia e foi introduzida em diversas regi ões no mundo, estando distribuída em todos os continentes, exceto Antártida. Em áreas de introdução é encontrada especialmente em regiões urbanizadas em altas populações. Estudos helmintológicos e investigações sobre a infecção por Haemoproteus columbae em C. livia foram realizados em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil. No Rio Grande do Sul, estudos parasitológicos são escassos. Neste sentido, este estudo teve como objetivo geral investigar o parasitismo por helmintos e a infecção pelo protozoário H. columbae em C. livia no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. No primeiro manuscrito foi investigada a assembleia de helmintos de C. livia, além de analisar as infecções em relação ao gênero sexual e ao comprimento tot al e massa corporal de aves adultas (n=60) capturadas em Pelotas e Rio Grande. O segundo estudo analisou as infecções helmínticas intestinais em relação a três estações do ano em aves (n=90) da cidade de Pelotas. A terceira pesquisa objetivou determinar a frequência e descrever a detecção molecular de H. columbae em C. livia (n=57) capturados em Pelotas e Rio Grande. A assembleia de helmintos parasitos de C. livia foi composta por: Baruscapillaria obsignata (Capillariidae), Ascaridia columbae (Ascaridiidae), Tetrameres fissipina (Tetrameridae) Dispharynx nasuta (Acuariidae) (Nematoda), Sobolevicanthus columbae (Hymenolepididae), Killigrewia delafondi (Anoplocephalidae), Raillietina allomyodes (Davaineidae), Skrjabinia bonini (Davaineidae) (Cestoda), Brachylaima mazzantii (Brachylaimidae) e Tanaisia inopina (Eucotylidae) (Digenea). Não foi observada diferença na prevalência e intensidade média de infecção dos helmintos entre os gêneros sexuais. A abundância total dos helmintos correlacionou com a massa corporal das fêmeas (p=0,63; p=0,001), e dentre os machos, houve correlação da abundância de A. columbae (p=0,454; p=0,004) e K. delafondi (p=-0,398; p=0,013) com a massa corporal, e de T. fissipina (p=0,337; p=0,039) e S. columbae (p=-0,350; p=0,031) com o comprimento total. Não foi observada diferença significativa nos índices de infecção entre as estações do ano (outono, inverno e primavera) dentre os helmintos intestinais, exceto A. columbae, que foi mais prevalente no outono do que na primavera. A taxa de infecção foi maior em aves adultas (78,26%) do que aves imaturas (18,18%; p<0,0001). Tetrameres fissipina, D. nasuta, R. allomyodes, S. bonini, K. delafondi e T. inopina são documentados pela primeira vez em C. livia na região sul do Brasil e este é o primeiro registro de S. columbae na América do Sul. Esta é a primeira detecção molecular de H. columbae em C. livia no sul do Brasil, ocorrendo em 92.98% dos hospedeiros, com taxas semelhantes em relação ao gênero sexual, idade e local de origem das aves. Os resultados ampliam o conhecimento da ocorrência de H. columbae e da biodiversidade de helmintos associados a C. livia na região sul do Brasil, elucidando as relações parasito-hospedeiro e a sazonalidade das infecções helmínticas. Além disso, auxiliam na compreensão das cadeias tróficas que C. livia está incluído, devido à ocorrência de helmintos com ciclo de vida heteroxenos, onde as formas infectantes envolvem interações presa-predador.