Atividade da Paraoxanase 1 em pacientes oncológicos caninos submetidos a terapia com agentes antineoplásicos e avaliação do balanço oxidativo e parâmetros hematopoiéticos de ratas submetidas a Carboplatina e tratadas com extrato aquoso de Triticum aestivum e Hibiscus rosa-sinensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Soares, Gustavo Forlani
Orientador(a): Nobre, Márcia de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3602
Resumo: Os neoplasmas estão entre as afecções de maior importância na medicina humana e veterinária. Entre as diretrizes terapêuticas mais utilizadas está a administração de agentes antineoplásicos como a carboplatina, a qual é eficaz no tratamento de carcinomas, entretanto possui efeitos colaterais, como a mielossupressão e a liberação excessiva de radicais livres. Nesse contexto, objetivou-se avaliar o balanço oxidativo de cães submetidos a quimioterapia, assim como a utilização dos extratos aquosos de Triticum aestivum (trigo) e de Hibiscus rosa-sinensis (HRS) como adjuvante na terapia antineoplásica com carboplatina em modelo murino. Para avaliação do balanço oxidativo em caninos foram selecionados oito cães, quatro com câncer e quatro hígidos, sendo mensurada a atividade da Paraoxanase 1 (PON1) no momento que antecedeu a aplicação do agente antineoplásico (dia 0) e sete dias após a aplicação (dia 7). Foi constatado que no dia zero os pacientes oncológicos caninos (G1) apresentaram menor atividade da PON1 do que os cães do (G2) (p<0,05), além disso, a atividade dessa enzima foi ainda mais comprometida após a administração de fármacos antineoplásicos (p<0,05), sugerindo a necessidade de administração de compostos antioxidantes para esses pacientes. Para avaliar o potencial dos extratos aquosos de trigo e HRS como adjuvantes na terapia antineoplásica, foram utilizadas 48 ratas, aleatoriamente distribuídas em seis grupos: G1 - testemunha tratado com solução fisiológica; G2 - controle tratado com solução fisiológica; G3 - tratado com 100 mg/kg de extrato aquoso de trigo; G4 - tratado com 400 mg/kg de extrato aquoso de trigo; G5 - tratado com 125mg/kg de extrato aquoso de HRS; e G6 - tratado com 250mg/kg de extrato aquoso de HRS. Administrou-se 300 mg/m² de carboplatina por via intraperitoneal no dia 0 nos grupos G2, G3, G4, G5 e G6, enquanto o G1 recebeu 1mL de solução fisiológica pela mesma via. Os animais foram tratados diariamente durante 21 dias por gavagem orogástrica de acordo com seu grupo experimental. Foi coletado sangue dos animais para realização de hemograma e avaliação dos parâmetros bioquímicos alanina aminotransferase, fosfatase alcalina, ureia e creatinina nos dias três, sete e 21, com a avaliação da atividade da Paroxanase 1 no dia três. No dia 21 foi realizada a eutanásia das ratas e coletado aspirados da medula óssea para realização do mielograma e fragmentos do rim e do fígado para análise histológica. Os efeitos adversos da carboplatina foram confirmados pelas alterações observadas no G2 quando comparado ao G1. Foram observados resultados promissores com relação ao balanço oxidativo no G3, G4, G5 e G6, devido aos animais desse grupo apresentarem atividade da PON1 superior ao G2 (p<0,05). Os mesmos grupos apresentaram contagem de leucócitos totais superiores ao G2, sendo significativamente superior no G4, G5 e G6 no dia 21 (p<0,05). Os mielogramas dos animais tratados com extratos vegetais não apresentaram as evidentes alterações de parâmetros que foram observadas no G2 (queda de células eritróides e aumento de neutrófilos segmentados e promielócitos) (p<0,05), indicando uma compensação do efeito da carboplatina. Os parâmetros bioquímicos e histopatológicos avaliados encontravam-se dentro do esperado para espécie em todos os animais. Nas condições deste estudo, os extratos aquosos de trigo e Hibiscus rosa-sinensis mostraram-se seguros nas doses utilizadas e uteis no tratamento da mielossupressão e liberação excessiva de radicais livres induzidas pelo fármaco carboplatina.