Temperamento, comportamento ao parto e desempenho de bovinos de corte de diferentes genótipos

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Menezes, Leonardo de Melo
• Orientador(a): Silveira, Isabella Dias Barbosa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
• Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Etologia; Grupo genético; Melhoramento genético; Reatividade; Relações materno-filiais; Etology; Genetic group; Animal breeding; Reativity; Maternal behaviour
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::ZOOTECNIA
• Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8832

O objetivo deste trabalho foi investigar o efeito do cruzamento sobre o temperamento, comportamento ao parto e desempenho de bovinos de corte criados extensivamente. O trabalho foi realizado em duas atividades: a primeira envolveu animais puros e cruzados a desmama e sobreano, para avaliação do temperamento através da velocidade de fuga - VF. Os animais avaliados eram filhos de vacas Aberdeen Angus (AN), Hereford (HH) e Nelore (NE), acasaladas com touros AN, HH, NE e Caracu (CR). Nos dois momentos em que houve avaliação do temperamento (desmama e sobreano) aferiu-se o peso vivo dos animais, utilizando-se balança eletrônica. Houve diferença para VF entre os genótipos avaliados (P<0,05). Não houve diferença entre os pesos a desmama e ao sobreano de animais em função do temperamento. Fêmeas apresentaram-se mais reativas do que machos, sem, no entanto, variar para as variáveis peso a desmama ou sobreano. Houve correlação positiva entre pesos a desmama e sobreano e entre as mensurações de temperamento, demonstrando que animais mais pesados a desmama são mais pesados ao sobreano e que animais com temperamento mais reativos a desmama tendem a manter esta característica (P<0,05). Animais de diferentes temperamentos podem ter o mesmo desempenho. A segunda atividade objetivou avaliar o comportamento ao parto de vacas e bezerros de diferentes genótipos através da amostragem focal e registro das seguintes variáveis: mês e ano do parto, condição corporal da vaca, categoria da vaca (primípara ou multipara), sexo e peso do bezerro ao nascimento, latência para o primeiro contato entre vaca e bezerro após o parto (em segundos), número de tentativas do bezerro para levantar, latência para levantar (em minutos), latência para mamar (em minutos) e número de vezes que a vaca dificulta a mamada. As vacas avaliadas foram agrupadas em quatro grupos genéticos, a saber: Grupo Britânico Puro – vacas Hereford (HHHH) e Aberdeen Angus (ANAN); Grupo Britânico com Heterose – vacas Hereford x Aberdeen Angus – HHAN; vacas cruzadas – vacas Aberdeen Angus x Nelore (ANNE) e Hereford x Nelore (HHNE); e Grupo Britânico Adaptado – vacas Aberdeen Angus x Caracu (ANCR) e Hereford x Caracu (HHCR). Todas as vacas foram acasaladas aleatoriamente com touros Brangus (BN) e Braford (BO). Para avaliação do desempenho de vacas e bezerros foram consideradas as produções de leite das vacas, mensuradas em três momentos (início, meio e fim da lactação através de ordenha mecânica) e o peso a desmama dos bezerros, bem como o cálculo de ganho médio diário (GMD) entre nascimento e desmama. Entre as variáveis de temperamento, vacas que pariram mais cedo apresentaram maior latência para o primeiro contato com o bezerro e dificultaram mais vezes a primeira mamada. Entre as variáveis de desempenho, houve diferença entre grupos genéticos para peso ajustado aos 205 dias, ganho médio diário e produção de leite, sendo que vacas britânicas x adaptada e vacas cruzadas apresentaram maior produção leiteira e desmamaram bezerros mais pesados, bem como estes apresentaram maior taxa de crescimento (GMD). Houve correlação positiva entre as variáveis peso ao nascer, condição corporal da vaca ao parto, ganho médio diário, peso ajustado aos 205 dias e produção de leite. Variáveis comportamentais como latência para levantar e latência para mamar também se correlacionaram positivamente. Houve correlação negativa entre condição corporal e latência para a primeira mamada, demonstrando que a condição nutricional da vaca afeta o comportamento ao parto. O comportamento ao parto segue um padrão nos grupos genéticos estudados, e o desempenho dos bezerros até a desmama é influenciado principalmente pela produção leiteira.