Biologia e comportamento reprodutivo de Palpita forficifera (Lepidoptera: Crambidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Scheunemann, Tiago
Orientador(a): Nava, Dori Edson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13168
Resumo: Palpita forficifera Munroe, 1959 (Lepidoptera: Crambidae) é uma das principais espécies de importância econômica para a olivicultura no Brasil e no Uruguai. De origem neotropical esta espécie ocorre em vários países da América do Sul. Pelo fato dos cultivos de oliveira ser recentes no Brasil, pouco se conhece de sua bioecologia, comportamento e consequentemente de seu controle. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi estudar a biologia em diferentes hospedeiros e o comportamento de acasalamento e oviposição de P. forficifera. Para o estudo da biologia avaliou-se o desenvolvimento da espécie nas cultivares de oliveira Arbequina, Arbosana e Koroneiki e no hospedeiro alternativo ligustro (Ligustrum lucidum Ait., Oleaceae). Como parâmetros biológicos foram avaliados a duração e a viabilidade das fases de desenvolvimento, o número e a duração dos instares, a razão sexual, fecundidade, longevidade e a duração dos períodos de pré-oviposição, oviposição e pós-oviposição. Com base nessas informações foi elaborada a tabela de vida de fertilidade de P. forficifera. Para o estudo de comportamento de acasalamento e oviposição foi determinado em campo o sexo emissor do feromônio de acasalamento e em laboratório foram registrados o ritmo de emergência de machos e fêmeas; a idade, horário e duração do acasalamento; número de cópulas, presença de espermatóforos e horário de oviposição. Lagartas alimentadas com ligustro apresentaram a maior duração da fase larval e consequentemente, do período ovo-pupa. A viabilidade larval foi menor na cv. Arbosana, o que refletiu na menor viabilidade no período ovo-pupa. Lagartas alimentadas na cv. Koroneiki deram origem às fêmeas com maior fecundidade. A partir da avaliação conjunta dos parâmetros biológicos e da análise da tabela de vida de fertilidade, a cv. Koroneiki propiciou o maior aumento demográfico populacional. Os resultados a campo demonstraram que os machos são atraídos pelas fêmeas para o acasalamento, sendo possível ser capturados até cinco machos por armadilha em apenas uma noite. O ritmo de emergência ocorre de forma sincronizada, não demonstrando ocorrência de protandria (machos emergindo antes das fêmeas) ou protoginia (fêmeas emergindo antes dos machos). A cópula ocorre entre o sétimo e vigésimo terceiro dia de vida, sendo mais frequente da terceira e sexta hora da escotofase. A duração média da primeira cópula foi de 174 minutos, sendo que 35% dos casais recopularam, podendo haver até cinco cópulas. A ocorrência da cópula foi confirmada através da presença do espermatóforo na bursa copulatrix. O horário de oviposição se concentra nas primeiras seis horas da escotofase. Os resultados obtidos com os estudos da biologia e com o comportamento de reprodução possibilitam avançar no conhecimento da espécie e assim, subsidiar estudos visando o manejo desta praga que tem causado danos consideráveis na cultura da oliveira.