Análise da geomorfodiversidade do município de Caçapava do Sul - RS: elementos para a geoconservação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Xavier, Kelvin Dutra
Orientador(a): Simon, Adriano Luís Heck
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8271
Resumo: As formas do relevo podem ser consideradas o substrato para a ocorrência de interações entre os demais componentes abióticos e bióticos da natureza, em consonância com os aspectos culturais, tornando possível a manutenção da vida na Terra. O patrimônio geomorfológico compreende o conjunto de formas de relevo dignas de serem protegidas e transmitidas às gerações futuras devido a um conjunto de valores científicos, estéticos, didático-pedagógicos, culturais e econômicos. Os estudos da geomorfodiversidade tornam possível a compreensão da organização espacial e os elementos atuantes na dinâmica do patrimônio geomorfológico, bem como os vetores de pressão e degradação. O município de Caçapava do Sul (RS) em virtude de seus atrativos naturais e histórico-culturais foi considerado, desde o ano de 2015, a capital gaúcha da geodiversidade, sendo que as formas do relevo têm significado fundamental na definição de seu geopatrimônio. O reconhecimento do potencial geopatrimonial e da relevância dos aspectos das formas do relevo tornou o território do município aspirante a criação de um Geoparque junto à UNESCO. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo principal obter e analisar o índice de geomorfodiversidade para o município de Caçapava do Sul, capital Gaúcha da Geodiversidade, a fim de subsidiar o reconhecimento da organização espacial das associações de formas do relevo e a elaboração de planos de proteção e manejo do geopatrimônio. Para obtenção do índice de geomorfodiversidade foi utilizada uma adaptação da proposta metodológica de Melelli et al. (2017), que se pautou na elaboração e posterior álgebra de mapas dos seguintes produtos cartográficos: mapa de declividade, mapa de rugosidade local, o mapa da densidade de drenagem e o mapa da diversidade das formas do relevo. As classes de geomorfodiversidade foram confrontadas com o mapa de usos de coberturas da terra do município para um cenário recente e com a localização dos geossítios do Geoparque Aspirante Caçapava propostos por Borba (2013), a fim de compreender se as condições do processo de ocupação podem levar ao comprometimento dos elementos do geopatrimônio inseridos nas distintas classes de geomorfodiversidade. Os resultados apresentaram aproximadamente 60% da área total do município ocupada pelas classes de geomorfodiversidade alta e muito alta, além da presença de 36 dos 46 geossítios propostos por Borba (2013) inseridos nessas áreas. Além disso, dos 36 geossítios presentes em áreas com elevada geomorfodiversidade, 22 tem relação direta com o patrimônio geomorfológico, devido à sua tipologia associada às formas e processos do relevo. Tais resultados validam a proposição do índice de geomorfodiversidade para o município, possibilitando a compreensão da dimensão espacial e dos processos envolvidos na dinâmica dos geossítios com maior apelo geomorfológico, presentes no território. Os cultivos agrícolas destacam-se entre os usos, com menos de 25% de ocorrência nas elevadas classes de geomorfodiversidade e as coberturas florestais (entendidas como fator de preservação do geopatrimônio) predominam com presença de 70% nas classes de geomorfodiversidade alta e muito alta.