Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ney, Luanda Alvariza Gomes |
Orientador(a): |
Miranda, Ana Ruth Moresco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4406
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Resumo: |
Esta tese buscou contemplar as relações entre o acento gráfico e o acento prosódico do português brasileiro com base em dados de produção e percepção de crianças dos anos iniciais. Na pesquisa desenvolvida, o foco recaiu sobre as hipóteses das crianças estudadas a respeito do acento gráfico, verificando possíveis relações entre o modo como o acento é utilizado, bem como as justificativas formuladas para seus usos, e o funcionamento prosódico do português brasileiro. A tese assenta-se na perspectiva da teoria métrica (HAYES, 1981, 1995; BISOL, 1992,1994), para análise do acento em português, e, no que concerne ao processo de aquisição da escrita, no paradigma teórico de Ferreiro e Teberosky (1985). A pesquisa, que contou com a participação de crianças do 3° e do 5° ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal de Pelotas/RS, analisou dados obtidos por meio da implementação de quatro instrumentos: (a) Oficina de Produção textual, (b) Teste de sensibilidade ao acento prosódico, (c) Ditado de Imagens; e (d) Escrita de pares mínimos contrastivos. Tais instrumentos viabilizaram a obtenção de diferentes tipos de dados, a saber: de escrita espontânea, de escrita controlada, de percepção do acento prosódico e de entrevistas orientadas pelo método clínico piagetiano (CARRAHER, 1989) cujo objetivo foi captar as formas de pensar das crianças a respeito do acento gráfico. O alto número de omissões do diacrítico nos dados de produção escrita,juntamente com as respostas apresentadas nas entrevistas, permitiu as seguintes constatações: (a) as crianças participantes da pesquisa estão pouco atentas ao uso do acento gráfico; (b) a grafia do diacrítico é, em grande parte, motivada por informações advindas do léxico ortográfico, sem que seja levado em conta o valor informativo do acento no sistema do português, qual seja, o de marcar as antitendências prosódicas da língua. A análise dos dados demonstrou que a hipótese predominante entre as crianças sobre a função do acento está relacionada à marcação de timbre e não à tonicidade. Segundo as justificativas apresentadas a respeito da necessidade de grafia do acento, verificou-se que, para as crianças estudadas, o acento gráfico é necessário nas palavras cujas vogais tônicas admitem variação de timbre e é dispensável nas palavras cujas vogais tônicas não apresentam timbre variável. A pesquisa indicou também que, entre as crianças participantes, a qualidade da vogal é capaz de influenciar a percepção do acento, assim, quanto mais alta a vogal, mais difícil a percepção do acento. Além disso, verificou-se uma melhor percepção, por parte das crianças, das semelhanças prosódicas que das diferenças. O estudo revelou uma sensibilidade das crianças à duração das vogais tônicas, principalmente da vogal baixa /a/, e alguma dificuldade na identificação da sílaba tônica nas palavras. Por fim, os achados da pesquisa mostram que, de forma não generalizável, os dados de escrita e as hipóteses infantis sobre o acento gráfico podem orientar os processos de ensino acerca deste objeto de conhecimento, de modo que o professor possa planejar e realizar intervenções adequadas, valorizando o conhecimento linguístico das crianças e as relações que elas estabelecem entre os aspectos fônicos e gráficos da língua. |