Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Custódio, Natália Baschirotto |
Orientador(a): |
Goettems, Marília Leão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia
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Departamento: |
Faculdade de Odontologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4640
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Resumo: |
O comportamento infantil durante o tratamento odontológico recebe a influência de diversos fatores, sendo a ansiedade um dos principais. Quanto aos procedimentos, a anestesia local é relatada como um dos principais fatores desencadeadores do medo e da ansiedade na criança. A distração é um método não farmacológico comumente indicado para o manejo comportamental durante procedimentos odontológicos, que visa ajudar a criança a desviar a atenção do estímulo da ansiedade e da dor, tornando o procedimento odontológico uma experiência mais relaxante e menos traumática. A distração com óculos de realidade virtual,é uma técnica recente que oferece imagens imersivas que combinam as modalidades de áudio, visual e sensorial da criança. Assim, esta dissertação teve por objetivo avaliar o efeito do uso do óculos de realidade virtual como técnica de distração audiovisual no comportamento da criança durante o atendimento odontológico através de uma revisão sistemática da literatura e de um ensaio clínico randomizado.Para a revisão sistemática de literatura, foram usadas as bases de dados Pubmed (via Medline), Scopus, Web of Science e Lilacs, para estudos publicados até setembro de 2018. Dois revisores selecionaram estudos por títulos e resumos, seguidos de leitura de textos completos. Nove ensaios clínicos randomizados avaliando o uso da realidade virtual no manejo do comportamento durante o atendimento odontológico em crianças de até 12 anos foram incluídos. Os desfechos considerados foram o medo, a ansiedade e a percepção de dor da criança. Através de meta análise os resultados foram combinados e as estimativas obtidas por modelos de efeitos aleatórios. Resultados combinados foram apresentados como uma diferença média combinada para cada procedimento, usando modelos de efeito aleatório. Não foram observadas diferenças em relação à ansiedade durante a anestesia local (diferença de média = -3.44, 95% IC -8.18, 1.29)., uso de dique de borracha (diferença de média = 0 89, 95% IC -4.88, 6.67), remoção de cárie (diferença de média = -0.33, 95% IC -0.57, 0.08) e procedimento restaurador (diferença de média = -0.29, 95% IC -5.70, 5.13). Foi observada diferença significativa na percepção da dor apenas durante a restauração (diferença de média = -0.70, 95% IC -1.23,-0.16). Além disso, crianças que usaram óculos de realidade virtual apresentaram melhor comportamento durante o procedimento de remoção de cárie (diferença de média = -0.33, 95% IC - 0.57, -0.08). O ensaio clínico randomizado incluiu quarenta e quatro crianças saudáveis, de 6 a 10 anos de idade, com ansiedade baixa / moderada, que não receberam anestesia local nos últimos 2 anos, e que necessitavam de tratamento restaurador ou exodontia de molares decíduos com uso de anestesia local. Após uma visita inicial, as crianças foram aleatoriamente designadas para receber os óculos de RV no procedimento ou não. Ficando divididas em grupo intervenção e grupo controle ( somente técnicas de manejo convencionais). Foram avaliados desfechos como a percepção de dor, a ansiedade e o comportamento infantil durante a consulta. O movimento durante a consulta foi avaliado através do uso de acelerômetros usados no punho e na perna. A comparação entre os grupos de estudo foi feita por meio do teste de Mann-Whitney e teste qui-quadrado. Encontrou-se que os grupos foram semelhantes quanto às características demográficas e psicossociais. O nível de ansiedade, percepção da dor e comportamento no grupo que recebeu distração audiovisual foi semelhante ao grupo que recebeu técnicas convencionais de gestão do comportamento. Concluiu-se que os óculos de realidade virtual podem ser uma boa alternativa para a distração durante a anestesia local, com resultados semelhantes às técnicas básicas de comportamento recomendadas e com boa aceitação pelas crianças. |